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Nova fase da Lava Jato tem como um dos alvos o marqueteiro João Santana

Publicitário, que está no exterior, trabalhou em campanhas de Dilma e Lula. Operação é realizada em São Paulo, Rio de Janeiro e Bahia.

22/02/2016 09:08

A Polícia Federal (PF) deflagrou a 23ª fase da Operação Lava Jato nesta segunda-feira (22). Um dos alvos desta etapa, chamada de Operação Acarajé, é o publicitário baiano João Santana, que foi marqueteiro das campanhas da presidente Dilma Rousseff e da campanha da reeleição do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em 2006. Há mandado de prisão temporária (de 5 dias de duração, que podem ser prorrogados) expedido contra ele, mas Santana está no exterior e não foi preso. Segundo a assessoria dele, Santana está na República Dominicana.

João Santana, o marqueteiro da campanha eleitoral de Dilma Rousseff (Foto: Patricia Stavis /Folhapress)

Também são alvo desta etapa a empreiteira Odebrecht e o engenheiro Zwi Skornicki, que, segundo as investigações, operava propinas no esquema da Petrobras investigado pela Lava Jato. Há mandado de prisão preventiva contra Skornicki e a polícia esteve na casa dele, no Rio de Janeiro, no início da manhã. A polícia também esteve no prédio da Odebrecht, em São Paulo.

Além do estado de São Paulo e do Rio, a operação cumpriu mandados na Bahia. Segundo a polícia, acarajé era o nome usado pelos investigados para se referir ao dinheiro irregular.

Santana é alvo porque os investigadores têm indícios suficientes de que ele possui contas no exterior , com origem não declarada. O publicitário começou a ser investigado na Lava Jato em um inquérito sigiloso depois que a PF apreendeu, na casa de Zwi Skornicki , um manuscrito atribuído à mulher de João Santana indicando contas dele fora do país. A informação sobre a apreensão foi revelado pela revista "Veja".

Além de marqueteiro das campanhas, Santana chegou a ser conselheiro da presidente Dilma em várias decisões de governo, chamado a participar de reuniões decisivas, com voz de influência em debates políticos no primeiro escalão.

De acordo com a polícia, as investigações desta etapa apontam para o pagamento de vantagens ilícitas por um grupo empresarial a outro grupo. Segundo a PF, os pagamentos, de cerca de mais de US$ 7 milhões, foram recebidos em contas no exterior.

Mandados
A 23ª fase da Lava Jato tem 51 mandados ao todo. 38 de busca e apreensão, 2 de prisão preventiva, 6 de prisão temporária e 5 de condução coercitiva.

Participam da ação 300 homens da PF. Na Bahia, a operação é realizada nas cidades de Salvador e Camaçari. No Rio de Janeiro, na capital, em Angra dos Reis, Petropolis e Mangaratiba. Em São Paulo, além da capital, a operação foi às cidades de Campinas e Poá.

Odebrecht
Na capital paulista, agentes cumprem mandado de busca e apreensão na sede da Odebrecht, na Zona Oeste da cidade. A empresa já é investigada na Lava Jato e o presidente afastado da companhia, Marcelo Odebrecht, está preso desde o ano passado. 

A PF busca informações que estão criptografadas em um computador da Odebrecht. Como apenas um funcionário tem acesso aos dados, os  policiais aguardam do lado de fora do prédio. Os funcionários da empresa serão liberados do trabalho nesta segunda-feira.

22ª fase
Deflagradano dia 27 de janeiro, a 22ª fase foi batizada de triplo X e prendeu quatro pessoas.  Dois investigados estão foragidos - Maria Mercedes Riano Quijano e Luiz Fernando Hernandez Rivero.A dupla é apontada pelas investigações como administradora da Mossack no Brasil.

Esta fase investiga a abertura de offshores (empresas no exterior) e a compra de apartamentos no Condomínio Solaris, no Guarujá (SP), construído pela OAS, para lavar dinheiro do esquema de corrupção na Petrobras.

O despacho do juiz Sérgio Moro diz que uma cunhada de Vaccari, Marice Correa de Lima, pagou R$ 200 mil por um apartamento em construção no Solaris, até 2012. No ano seguinte, desistiu do negócio e recebeu como devolução da OAS R$ 430 mil.

Além disso, a mulher de João Vaccari Neto, Giselda Rousie de Lima, declarou à Receita Federal ser proprietária da unidade 43 no empreendimento. Mas, segundo o MPF, outra pessoa aparece como proprietária: Sueli Falsoni Cavalcante, que é empregada da OAS.

Triplex que seria de Lula
De acordo com o jornal "O Globo", um triplex do condomínio Solaris pertenceu ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Segundo o MPF, o caso ainda é investigado.

Em depoimento ao Ministério Público de São Paulo no ano passado, dois funcionários do Solaris afirmaram que viram Lula e a ex-primeira-dama Marisa Letícia visitando a reforma do triplex 164A. A investigação do MP de São Paulo é independente da Lava Jato.

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a esposa Marisa Letícia deveriam depor sobre a investigação na quarta (17), mas uma liminar concedida na noite de terça-feira (16) por um integrante do Conselho Nacional do Ministério Público suspendeu a audiência.

O Instituto Lula diz que "são infundadas as suspeitas do Ministério Público de São Paulo e são levianas as acusações de suposta ocultação de patrimônio por parte do ex-presidente Lula ou seus familiares".

Fonte: G1
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