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Manifestantes desocupam triplex atribuído a Lula em Guarujá

Cerca de cem pessoas, divididas em 20 ônibus, chegaram ao edifício Solaris de madrugada para o ato.

16/04/2018 12:21

Atualizado às 13h53

Os cerca de cinquenta manifestantes do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) e da Frente Povo Sem Medo, que ocuparam o triplex atribuído ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em Guarujá, no litoral de São Paulo, na manhã desta segunda-feira (16) desocuparam o local após negociação com a Polícia Militar. A ocupação durou cerca de 4 horas.

Segundo informações da Polícia Militar, os manifestantes quebraram o portão do estacionamento e pularam as grades para conseguir forçar sua entrada no Edifício Solaris. Como ocorreram danos ao prédio, será registrado um boletim de ocorrência na Delegacia da cidade. Agora, a PM segue fazendo vistoria no apartamento.

O manifestante do MTST, Josué Rocha, explica que os manifestantes saíram do local por volta do meio-dia e não há mais ninguém em frente ao prédio. "A Polícia Militar deu um prazo para sairmos, senão poderia ter ação de reintegração e prisão dos manifestantes", conta.

Cerca de 50 manifestantes do MTST entraram no apartamento triplex atribuído a Lula, em Guarujá.

Os manifestantes chegaram ao local por volta das 8h30. "Se o triplex é do Lula, podemos permanecer. Se não é, por que ele está preso?", explica Rocha. De acordo com ele, mais de 50 pessoas permaneceram dentro do triplex, e outros cem manifestantes estavam em frente ao prédio.

O grupo estendeu faixas com mensagens: "Povo Sem Medo", "Se é do Lula, é nosso" e "Se não é, por que prendeu?", na sacada do triplex. "Queremos provocar essa discussão. Eles não têm provas de que o triplex é do Lula, não há nenhuma prova da propriedade, a condenação é uma farsa", conta o manifestante.

Rocha ainda explica que a entrada no triplex foi pacífica, sem nenhum registro de violência. Segundo informações da Polícia Militar, viaturas foram encaminhadas ao local logo no início do protesto para acompanhamento. A PM confirmou que a manifestação estava ocorrendo de forma pacífica.

Matéria original

Em uma ação que consumiu menos de cinco minutos, cerca de 30 militantes sem-teto invadiram nesta segunda (16) o apartamento tríplex atribuído ao ex-presidente Lula e pivô de sua condenação na Lava Jato. O grupo faz parte do MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem Teto), coordenado por Guilherme Boulos, pré-candidato à Presidência pelo PSOL e uma das lideranças sociais mais próximas de Lula.

"É uma denúncia da farsa judicial que levou Lula à prisão. Se o tríplex é dele, então o povo está autorizado a ficar lá. Se não é, precisam explicar por que ele está preso", diz Boulos.

A ação foi acompanhada pela reportagem da Folha de S.Paulo. Cerca de cem pessoas, divididas em 20 ônibus, chegaram ao edifício Solaris de madrugada para o ato.

Uma parte do grupo, cerca de 30 militantes, pulou as grades de acesso ao prédio e subiu 16 lances de escada. Ao chegar ao apartamento, após arrombamento da porta, os militantes encontraram uma geladeira, um fogão e um micro-ondas, além de camas. Eles fixaram bandeiras do movimento na varanda com vista para o mar. Da sacada do prédio, gritam: "Não tem arrego. Ou solta o Lula ou não vai ter sossego".

Militante estende bandeira do MTST do alto do edifício Solaris. Foto: Reprodução/Folhapress/Marcelo Justo

Integrante da Frente Povo Sem Medo, da qual o movimento faz parte, Andreia Barbosa afirma que o grupo ficará o tempo que for necessário para fazer uma demonstração de que Lula é inocente. "Se o apartamento é do Lula, ele que peça a integração de posse", diz Andreia. 

A Polícia Militar foi acionada e está no local. ​ Um representante do condomínio bateu na porta, que esta travada por um pedaço de madeira, e perguntou se os militantes tinham ciência de que estavam cometendo um crime. Em resposta, ouviu que só deixarão apartamento com decisão judicial.

Aliado

Boulos esteve ao lado de Lula o tempo todo no Sindicato dos Metalúrgicos de São Bernardo do Campo, nas horas que antecederam a prisão, e mobilizou integrantes de um acampamento próximo para engrossarem as manifestações em torno do prédio que pediam que o petista não se entregasse.

No dia da prisão, ao discursar em uma missa em homenagem a dona Marisa, Lula chamou Boulos para a frente do caminhão de som e disse que ele tinha "futuro".

Um dia depois, Lurian, a filha de Lula, discursou para integrantes do MTST, agradeceu o apoio e disse que Boulos era como "um filho" para Lula.


Fonte: Folhapress e G1
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