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149 vagas não são preenchidas no concurso da Polícia Militar do Piauí

Ao todo, foram oferecidas 480 vagas, mas apenas 331 candidatos foram aprovados. Resultado final do certame foi anunciado hoje; veja lista

08/11/2017 12:31

Foi divulgado nesta quarta-feira (8) o resultado final do concurso para o cargo de soldado da Polícia Militar do Piauí. Após muitas polêmicas, o certame foi concluído com 331 aprovados. Ao todo, foram oferecidas 480 vagas, mas com as eliminações no exame de aptidão física e no exame psicológico 149 vagas acabaram não sendo preenchidas.

Segundo Pedro Soares, presidente do Núcleo de Concursos e Promoção de Eventos (Nucepe) da Universidade Estadual do Piauí (Uespi), muitos candidatos se preparam para a prova objetiva, mas descuidaram do treinamento físico.

Lista de aprovados. 

Subcomandante afirmou que há a possibilidade de um novo concurso ser realizado já no próximo ano (Foto: Moura Alves / O DIA)

Bárbara Melo, reitora em exercício da Uespi, participou da coletiva de imprensa realizada na Quartel do Comando Geral (Foto: Moura Alves / O DIA)

"Foram mais de 32 mil inscritos para 400 vagas, e foram aprovados 331 [candidatos]. Há dois vieses para essa questão. O primeiro deles realmente é o grau de complexidade do concurso. É um concurso que envolve cinco etapas, e em cada uma dessas etapas alguns candidatos vão ficando fora. Além disso, é bom lembrar que a primeira etapa do concurso foi reaplicada. Houve uma tentativa de fraude, que foi detectada e abortada, mas em nome da lisura e da transparência, o Nucepe e a Polícia Militar resolveram reaplicar. Mas a gente atribui, principalmente, ao grau de complexidade. Nós selecionamos muito bem essas pessoas que vão cuidar da segurança do nosso estado. É um concurso que não é fácil", afirmou a professora Bárbara Melo, reitora em exercício da Uespi, que foi quem fez a leitura dos nomes dos primeiros colocados - homem e mulher - para cada um dos batalhões.

A reitora também comentou os casos de alguns candidatos que não conseguem ser aprovados em alguma das etapas de concursos realizados pelas Polícias, mas acabam conseguindo ingressar nas corporações graças a decisões judiciais, como ocorreu com o capitão Alisson Wattson, que é acusado de matar a namorada, Camila Abreu, desaparecida no dia 25 de outubro, e cujo corpo foi achado no dia 31.

"A gente obedece as decisões judiciais, mas o exame psicológico é muito importante. Tanto que, agora, a nossa briosa Polícia Militar, passa por essa situação constrangedora, de ter tido um capitão envolvido num crime de feminicídio. Então, eu acho que isso é um alerta para todos nós. Se tem uma banca técnica qualificada num concurso como esse, as questões judiciais devem ser muito bem estudadas e analisadas. A gente não pode afirmar com precisão que este capitão não cometeria esse crime se tivesse sido aprovado no exame psicológico. Mas, com certeza, é um aspecto a ser considerado. Se não houver nenhuma evidência de que o exame psicológico foi falho, ele não deve ser questionado", opina Bárbara Melo.

Lindomar Castilho, subcomandante da PM-PI (Foto: Moura Alves / O DIA)

O tenente coronel John Feitosa, chefe do setor de Relações Públicas da PM-PI, informou que o comandante-geral Carlos Augusto retorna ao Piauí nesta sexta-feira (10), após participar de um encontro de comandantes em outro estado, e deve tratar sobre o certame com o chefe do Executivo. “Ele vai conversar com o governador Wellington Dias para definir a data da homologação do concurso”, disse Feitosa.

Segundo o coronel Lindomar Castilho, subcomandante da PM-PI, a previsão é de que o curso de formação inicie entre dezembro e janeiro, e que os policiais estejam nas ruas a partir do segundo semestre de 2018. "Trabalhamos com a hipótese de estar com esses policiais formados no mês de maio ou junho. E a tradição é que o governador nomeie todos de uma vez", afirma Castilho.

Novo concurso - O coronel também afirmou que um novo concurso pode ser realizado no próximo ano, tendo em vista que este certame não conseguiu preencher todas as vagas ofertadas no edital. "Há uma possibilidade. Isso vai ser discutido pelo governador com o nosso comandante, para ver se é possível fazer outro concurso no próximo ano", afirmou.

Caso 'Camila Abreu'

O subcomandante da PM-PI também falou sobre a situação do capitão Alisson Wattson, que segue preso num quartel da corporação, por ter assassinado a namorada, Camila Abreu.

Segundo Lindomar, foi formado um Conselho de Justificação que irá julgar administrativamente o capitão, para decidir se ele será ou não expulso da PM-PI.

"Esse conselho é composto por um coronel, um tenente-coronel e por um major. O coronel é o presidente, o tenente-coronel é o interrogante e relator do conselho, e o escrivão é o major. São todos oficiais superiores da PM, e também com posto superior ao do acusado. Eles vão se reunir para analisar as provas, a documentação e para ouvir as pessoas envolvidas nesse caso", explica Lindomar Castilho.


Por: Nayara Felizardo e Cícero Portela (do QCG)
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