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Bovespa fecha em alta de mais de 2% guiada por Itaú e Vale e 'trégua' externa

Ibovespa subiu 2,48%, a 83.894 pontos após tombo de 2,59% na véspera em meio à perspectiva de juros mais altos nos Estados Unidos.

06/02/2018 17:42

O principal índice da bolsa de valores brasileira (B3) fechou em alta nesta terça-feira (6), com as ações do Itaú Unibanco, Petrobras e Vale entre as principais influências positivas. O mercado brasileiro também se beneficiou da relativa trégua nas bolsas norte-americanas, após tombo recorde na véspera em razão de receios sobre o banco central norte-americano ser mais agressivo na elevação dos juros na maior economia do mundo.

O Ibovespa subiu 2,48%, a 83.894 pontos. Na mínima da sessão, nos primeiros negócios, o índice caiu 1,3%, abaixo de 81 mil pontos, segundo a Reuters.

A bolsa paulista abriu sob a influência do quadro externo adverso, mas a pressão de queda foi atenuada após a abertura das bolsas norte-americanas e as ações brasileiras retomaram o viés de alta.

O índice Dow Jones, que é o principal indicador da bolsa de valores de Nova York, abriu em queda e oscilou ao longo do dia. Às 18h10 (horário de Brasília), o Dow Jones operava em alta de 1,99%.

No Brasil, o noticiário corporativo ajudou o Ibovespa a se desacolar das bolsas globais e se manter no azul.

Itaú Unibanco PN avançou acima de 3% após o banco anunciar que pagará R$ 17,6 bilhões em dividendos e juros sobre capital próprio (JCP) relativos a 2017.

Perto do fechamento, Petrobras, Vale e Banco do Brasil subiam acima de 4%. Já a Vale avançava acima de 5%.

'Houve exagero ontem', diz analista

Segundo o economista-chefe da gestora Infinity Asset, Jason Vieira, o estresse diminuiu na bolsa brasileira nesta terça-feira em linha com os juros futuros nos Estados Unidos, que iniciaram o dia "mais comedidos".

Para ele, o contexto é de correção. "Janeiro foi muito forte, tivemos dois recordes quebrados no Dow Jones e aqui (na B3) não foi muito diferente. Houve um exagero ontem, há de se notar isso, mas temos que esperar para determinar se (a tendência de queda) vai ser um padrão", disse ao G1.

Vieira avalia que o dia pode ser de flutação nos mercados por conta da ausência de agenda para indicadores macroeconômicos no exterior e, no Brasil, da espera da reunião do Conselho de Política Monetária (Copom) que anuncia na quarta-feira (7) se fará novos cortes na taxa básica de juros.

Analistas ouvidos pela Reuters dizem que as perdas da bolsa local na segunda-feira abaixo das registradas em Nova York se justificam pelo fato de que prevalece a visão de que a onda de vendas é passageira e, até certo ponto, saudável. Para eles, a recente alta das bolsas americanas havia sido muito intensa e rápida, gerando uma condição técnica arriscada.

As ações brasileiras sentiram os efeitos do fechamento bastante negativo nos pregões dos Estados Unidos na segunda-feira, quando o Dow Jones despencou 4,6%, e uma madrugada ainda pessimista na Ásia e Europa. Na segunda-feira (5), o Ibovespa teve queda de 2,59%, a 81.861 pontos.

Temores sobre os juros nos EUA

A terça-feira começou sob efeito de uma forte correção técnica nas principais praças acionárias globais, iniciada em Nova York na véspera, em meio a receios de que o banco central dos Estados Unidos possa adotar um processo mais rápido de alta das taxas de juros norte-americanas.

Os mercados reagiram a uma eventual ação mais agressiva do banco central norte-americano na alta dos juros. O temor é que, com o mercado de trabalho aquecido, aumentem as pressões inflacionárias. Dados divulgados na sexta-feira passada mostram que os salários avançaram 2,9% em janeiro, na comparação com o ano anterior, a maior alta em um ano registrada em 12 meses.

Esse número pode indicar que as pressões inflacionárias estão mais fortes nos EUA e influenciar as futuras decisões do Federal Reserve (Fed, o BC dos EUA) sobre a taxa de juros americana. Uma eventual alta dos juros influencia negativamente o mercado acionário.

"O mercado esperava que ele subisse os juros em 0,75% nesse ano, mas, com a divulgação de dados mais fortes da atividade econômica, disseminou-se o receio de que ele suba mais", afirma o economista-chefe da Nova Futura Investimentos, Pedro Paulo Silveira.

"Como os juros mais longos estavam bem baixos, desde que os bancos centrais iniciaram seus programas de estímulos, chamados Quantitative Easing, os preços de ações, moedas e títulos estavam bem valorizados em todo o mundo. A perspectiva de uma elevação mais forte disparou um movimento de corrida dos agentes econômicos para a proteção de suas carteiras de investimentos", completa.

Fonte: G1
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