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Celetistas poderá fazer empréstimo consignado

Crédito que só era possível para servidores públicos, agora se estende aos trabalhadores com carteira assinada e deve movimentar a economia

06/09/2018 08:41

Diante da instabilidade econômica do Brasil, as possibilidades de crédito foram reduzidas substancialmente. Mas para movimentar este cenário, a Caixa Econômica Federal anunciou que os trabalhadores do setor privado, com carteira assinada, passarão a contar com empréstimo consignado a partir do dia 26 de setembro. A garantia para a operação será o Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS). Em caso de demissão sem justa causa, o banco receberá até 10% do saldo da conta e 40% da multa por rescisão, limitado ao saldo devedor do empréstimo.

A quantia ficará separada na conta do FGTS do trabalhador até que o empréstimo seja quitado, mas continuará a render normalmente. Até o momento, apenas servidores públicos eram aptos a pedir empréstimo consignado pela Caixa.

Em entrevista ao Jornal O DIA, o economista Fernando Galvão avalia que a iniciativa pode ser bastante positiva, tornando-se uma alternativa mais interessante que o cartão de crédito ou cheque especial. “A gente está em um momento econômico de crise e de elevados índices de desemprego. A capacidade de consumo está afetada pela queda de renda e há dificuldade de acessar o crédito. Isso reduz o consumo. Quando a Caixa formata uma opção de crédito consignado, com o FGTS funcionando como garantia, mesmo para quem tenha uma renda baixa, o banco pode praticar esse crédito a um juros mais baixo que o cartão de crédito ou cheque”, explica Galvão.


Modalidade se torna uma alternativa mais interessante que o cartão de crédito ou cheque especial. Foto: ODIA

Como usar

O economista avalia que o empréstimo consignado pode ser usado para quitar dívidas, pelos juros mais baixos, especialmente naqueles casos onde as parcelas do cartão ou a dívida do cheque especial já se tornaram uma bola de neve. Galvão aconselha o potencial contratante desse empréstimo a usar o dinheiro para pagar o cartão de crédito ou o cheque especial, fazendo a “troca de uma taxa de crédito mais alta pela mais baixa”. A diferença é enorme entre essas taxas de juros. Em média, o crédito especial é 300% ao ano.

Assim, o dinheiro precisa ser utilizado com um propósito, neste caso a gestão de dívidas. Outra finalidade pode ser uma reforma na casa, por exemplo. O importante é que “o objetivo gere um ganho de longo prazo”, complementa o especialista.

“[Em nível estadual] a nossa capacidade de consumo está muito reprimida desde a crise. Uma possibilidade dessas pode dar um aquecimento no comércio. No caso, [essa liberação de crédito pela Caixa] é uma coisa similar ao reflexo que teve quando o governo liberou a quitação do FGTS. O problema é que não é estímulo de longo prazo, mas algo efêmero”, conclui o economista Fernando Galvão.

Edição: Virgiane Passos
Por: Ananda Oliveira
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