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Guerra comercial pode ajudar Brasil no curto prazo, diz FMI

No caso do Brasil, uma eventual retaliação da China à soja americana poderia beneficiar o país, com o aumento das exportações aos asiáticos

17/04/2018 12:41

Uma eventual guerra comercial entre os Estados Unidos e a China pode beneficiar o Brasil num curto prazo, mas compromete o cenário econômico mundial e não teria vencedores no longo prazo, de acordo com o FMI (Fundo Monetário Internacional). "Todos perderiam", afirmou o economista Maurice Obstfeld, diretor de pesquisas do FMI, em entrevista nesta terça-feira (17). 

Obstfeld observou que os efeitos de um conflito entre as duas principais potências econômicas mundiais seriam complexos, afetando a confiança no mercado e o crescimento global de forma prematura.  No caso do Brasil, uma eventual retaliação da China à soja americana poderia beneficiar o país, com o aumento das exportações aos asiáticos, mas ao mesmo tempo afetaria o ambiente global de negócios, gerando incerteza.

"Políticas comerciais têm vencedores e perdedores. Mas nossa principal mensagem continua sendo a de que, em um ambiente de conflito comercial generalizado, todos perderiam", declarou.

O tensionamento entre EUA e China, que vêm anunciando tarifas e barreiras comerciais entre si, foi um dos principais assuntos durante o lançamento do World Economic Outlook, um dos principais relatórios sobre a economia mundial produzido pelo FMI. O documento prevê um crescimento de 3,9% da economia global -mas a escalada da disputa comercial nas últimas semanas fez com que Obstfeld dedicasse boa parte de seus comentários ao tema.

"A perspectiva de restrições comerciais ameaça minar a confiança e descarrilhar o crescimento global de forma prematura", afirmou, destacando que boa parte da atual expansão das economias dos EUA e China está baseada em investimento e comércio internacional.

Obstfeld declarou que ainda não há uma guerra comercial propriamente dita, e pediu para que os países mantenham negociações e usem canais multilaterais para chegar a um comum acordo

Fonte: Folhapress
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