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Investidor da Bolsa busca proteção e ajuda a pressionar o dólar

O dólar registrou nesta terça-feira (24) o quarto dia de valorização seguido ante o real. Desde segunda (23), o dólar já se valorizou 1,87%.

25/04/2018 09:36

 Além da perspectiva de um ritmo mais intenso no aumento de juros nos Estados Unidos, existe outro componente interno acentuando a alta do dólar ante o real: a desconfiança do investidor que não quer sair do mercado acionário local, mas também não quer correr o risco cambial. O investidor estrangeiro está não apenas comprando ações na Bolsa brasileira; ao mesmo tempo, está adquirindo dólar ou contrato futuro de dólar (ativo atrelados à moeda) para proteger o investimento em ações do risco de desvalorização do câmbio.

A operação casada explica outro fato peculiar: a falta da natural correlação entre câmbio e mercado de capitais. Pela regra, Bolsa e câmbio têm comportamentos inversos. Se há confiança em relação a um país, a sua Bolsa sobe e o dólar cai. Se há percepção de risco, ocorre o contrário, a Bolsa cai e o dólar sobe.

Foto: Reprodução

Agora, porém, enquanto o dólar se valoriza cerca de 5% no mês, a Bolsa acumula ganho de 0,12%. "O estrangeiro está otimista com a Bolsa, mas vê a situação do Brasil no médio e longo prazo mais tumultuada, porque temos uma situação fiscal difícil e um cenário eleitoral incerto", avalia o economista André Perfeito.

"Se a Bolsa ficar cada vez mais barata em dólar, como ocorre quando o real se desvaloriza, é desvantajoso para ele." Para o economista, não há boas notícias que o governo possa dar e que sirvam para amenizar esse panorama.

"Para que os estrangeiros tivessem uma visão mais positiva do Brasil, seria preciso que surgissem novas boas notícias, mas não tem como o governo dar boas notícias. Logo, há receio de uma piora no cenário, com governo paralisado e economia estagnada", afirma.

O dólar registrou nesta terça-feira (24) o quarto dia de valorização seguido ante o real. Desde segunda (23), o dólar já se valorizou 1,87%. No último pregão, o comercial teve alta de 0,49%, para R$ 3,470. Dessa forma, renovou o maior patamar desde 2 de dezembro de 2016, quando a moeda encerrou a R$ 3,473.

Fonte: Folhapress
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