Portal O Dia - Notícias do Piauí, Teresina, Brasil e mundo

WhatsApp Facebook Twitter Telegram Messenger LinkedIn E-mail Gmail

Marfrig espera fechar 2018 com menor endividamento

A venda da parte de frangos da Keystone reforça o projeto da Marfrig de concentrar suas operações no segmento bovino, no Brasil e Américas, já reforçado pela compra da National Beef, quarto maior frigorifico dos EUA

20/08/2018 10:17

A Marfrig mantém a expectativa de chegar ao final do ano com um nível de endividamento confortável. As dúvidas sobre essa desalavancagem fizeram as ações da empresa despencarem 9,3% na sexta-feira (17).  A Marfrig vendeu a unidade de frango da Keystone por US$ 2,4 bilhões para a Tyson Foods. E manteve a operação de hambúrgueres da empresas, que tem receitas anuais de US$ 300 milhões (R$ 1 bilhão), e respondia por 11% das receitas da Keystone.

Para o mercado, a empresa só conseguiria bater a meta de relação entre dívida líquida e ebitda de 2,5 vezes em dezembro de 2008, se tivesse levantado US$ 3 bilhões com a Keystone. 

Nas contas da Marfrig, no entanto, considerando a redução do endividamento, um segundo semestre tradicionalmente mais forte para suas vendas, que deverá incrementar as receitas, além de um dólar mais favorável, é possível que o indicador termine o ano ainda melhor, num intervalo entre 2,2x e 2,6x. Esse cálculo embute projeções de receitas entre R$ 20 bilhões e R$ 21 bilhões e margem ebitda entre 9% e 10% no segundo semestre. 

"Será o menor nível de endividamento de uma empresa do setor no Brasil", afirma o diretor financeiro da Marfrig, Eduardo Miron. Sobre as contas do mercado, ele disse apenas que há muito ruído e "não fomos nós que passamos esses números para eles". 

Trabalhador na linha de produção do frigorífico Marfrig, em Promissão (SP) Paulo Whitaker/Reuters Trabalhador na linha de produção do frigorífico Marfrig, com dezenas de peças de carne penduradas. A venda da parte de frangos da Keystone reforça o projeto da Marfrig de concentrar suas operações no segmento bovino, no Brasil e Américas, já reforçado pela compra da National Beef, quarto maior frigorifico dos Estados Unidos, em abril. Miron diz que agora o momento será de focar nas operações, sem correr atrás de novas aquisições.  "Nosso foco é a integração das empresas nas Américas do Norte e do Sul. Temos muito trabalho na busca por valor agregado na combinação dos negócios", disse. 


Foto: Reprodução

A redução do endividamento, um efeito principal da venda da Keystone, para a Marfrig dará mais tranquilidade ao processo. A transação alcança US$ 2,4 bilhões. Desse total, US$ 2,2 bilhões irão para a redução da dívida _ os outros US$ 200 milhões referem-se às participações dos minoritários da empresa. 

A dívida líquida da Marfrig sairá dos cerca de US$ 4,3 bilhões (R$ 16,3 bilhões) apurados no fim do segundo semestre, para US$ 2,1 bilhões (R$ 7,9 bilhões), uma redução de 51%. Isso implicaria, olhando dados de 12 meses, que a relação entre dívida líquida e Ebitda sairia de 4,2x para 2,6x, ao fim de junho de 2018.

A expectativa da Marfrig é que a venda da Keystone receba todas as aprovações legais necessárias até o fim do ano.  Nos últimos anos, a empresa criada por Marcos Molina enfrentou várias turbulências e comprou e vendeu diversas empresas. O diretor Miron afirma que em todas essas operações a empresa conseguiu bons resultados. Assim como as vendas de Moy Park e Seara, a Keystone teria se valorização das maõs da Mafrig, ele diz. 

A empresa brasileira pagou US$ 1,260 bilhão pela Keystone, em 2010. E agora, ela valeria US$ 2,960 bilhões (135% mais). Essa conta leva em consideração a venda da operação de frangos, que acaba de concluir, por US$ 2,4 bilhões; os US$ 400 milhões obtidos com a venda de ativos de logística da empresa; US$ 60 milhões vindos da venda da Moy Park e os US$ 100 milhões que acredita valer a planta de hambúrgueres. 

Fonte: Folhapress
Mais sobre: