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Alunos ocupam escola há dois dias e querem impedir escola de música no local

Protesto é contra transformação da escola no Parque Alvorada em Escola de Música Dona Gal

01/04/2017 11:24

Desde a última quinta-feira (27), alunos e professores da Unidade Escolar Professora Helena Aquino estão ocupando o local em forma de protesto. Eles querem impedir que o prédio seja transformado na “Escola de Música Dona Gal”. Em janeiro, o apresentador Luciano Huck exibiu em seu programa o quadro "Um por todos e todos por um", que ajudou a reformar a casa de Wania Sales e transformou o espaço em uma escola de música.

A unidade escolar é a única que oferece ensino médio no bairro. Porém, desde fevereiro de 2016, ela está desativada. O motivo seria uma reforma que deveria ter sido realizada pela Secretaria de Estado da Educação (Seduc). No entanto, ela nunca foi iniciada e, por isso, a professora e proprietária da Dona Gal, Wania Sales, está solicitando que o espaço lhe seja cedido para a escola de música, que atualmente funciona na sua casa.


Durante o período da reforma, que já dura mais de um ano, os alunos da escola foram encaminhados, inicialmente, para o Instituto de Educação Antonino Freire (ISEAF), localizado na zona Norte da cidade. Já no início desse ano, eles foram para outra escola, a Unidade Escolar Professor Severiano Sousa, localizada no Centro Norte da cidade. A espera pela reforma na Escola Helena Aquino e as consequências disso já desagradava os estudantes e professores. 

Com a notícia de que ela poderia ser cedida para a Escola de Música Dona Gal, eles se reuniram e ocuparam o espaço para manifestarem o direito à educação. A direção e professores da escola Helena Aquino apoiam a ocupação. Para a professora Jovemeire Leal, a escola é um direito dos alunos que não pode ser tirado. “Nossa escola teve problemas de estrutura há um ano e ficamos maravilhados quando conseguimos a reforma. O governo nos mandou para o instituto e de lá fomos mandados para o Severiano, um local que também não tem estrutura para nos receber e é muito perigoso”, destaca.

Os alunos garantem que não vão sair da escola até que soluções sejam encontradas. “Fomos jogados de um lado para o outro, praticamente nos abandonaram, e assim não dá. Estamos aqui para lutar por nossos direitos. Ainda vem pessoas querendo a escola para outros fins, nós não vamos aceitar”, reclama um dos líderes da ocupação, o estudante Henrique Vitor Silva.

Contraponto

A proprietária da Dona Gal rebate as acusações de que deseja tirar o direito dos alunos de estudarem. “Nós somos a favor da educação, não contra. Se a escola tiver de voltar a funcionar, eu vou ficar muito feliz. Porém, se a escola continuar desativada, nós somos contra um prédio desativado. Não queremos acabar com a escola, queremos utilizar o espaço se ele continuar do jeito que está, sem finalidade. Se uma área está desativada, sem nenhuma atividade, e os vândalos estão invadindo, nós temos algo bom para oferecer e pedimos o espaço humildemente. Sou, inclusive, a favor dos estudantes estarem protestando, é direito deles”, defende Wania Sales.

A professora de música garante que, se a escola iniciar a reforma para os alunos de fato estudarem, ela desiste da campanha de transformar o local em escola de música e ficará feliz por ter chamado a atenção do governo para o local, que foi posto em descaso. Enquanto isso, Wania já deu entrada no processo de solicitação e diz que vai seguir em frente até que o governo tome alguma providência.

A coordenadora pedagógica da escola Helena Aquino, Ana Carina Silva, ressalta que não são contra o projeto de música, só não são a favor da ocupação dele na escola. “É um projeto belíssimo, necessário para a comunidade; nós somos contra é a ocupação deles na nossa escola, porque a educação é um direito dos alunos, ela é essencial. Saímos daqui com a promessa da escola ser reformada, não fechada", afirma

Atividades na ocupação

Durante a ocupação, os alunos estão organizando diversas atividades. Neste sábado, teve um café-aula com alguns professores e, na segunda-feira (03), deve haver uma grande manifestação com todos os alunos da escola. No mesmo dia, eles vão ao Ministério Público atrás de promotores para entrarem com a causa de reivindicação pelo início da reforma e contra a transformação em escola de música e pretendem ficar na escola até que encontrem uma solução.


Edição: Nayara Felizardo
Por: Karoll Oliveira
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