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Atendimentos por consequência de álcool aumentam em UPA

O médico Thybério Gyorgi, diz que se preocupação pois enquanto aumentam os atendimentos por agravos pelo álcool, a idade dos pacientes identificados cai.

29/02/2020 09:44

A repercussão do consumo exagerado de álcool também impacta no sistema de saúde. Em Teresina, a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Dr. Antônio Dib Tajra, localizada no bairro Satélite, zona Leste da Cidade, é uma das que pôde constatar o aumento das demandas de serviços para atender complicações advindas do consumo de álcool.


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Segundo Thybério Gyorgi, médico de urgência e emergência da Unidade, a preocupação se dá pela constatação de um fator: enquanto aumentam os atendimentos por agravos pelo álcool, a idade dos pacientes identificados cai.

“Aqui na UPA temos pego diversos casos por conta do abuso de bebidas e percebido que tem diminuído a faixa etária dos pacientes que chegam. Essa prática de misturar cinco tipos de bebidas ao mesmo tempo e sofrer as consequências disso, a gente encontra em uma faixa etária de 15 a 20 anos. Acima de 30 anos, os pacientes chegam aqui, geralmente, com quadro de desidratação que ainda dá para reverter, mas os pacientes mais graves, trazidos pelo Samu, muitas vezes em coma alcoólico, são os jovens”, alerta.

O coma alcoólico ocorre quando se ingere mais álcool do que o organismo consegue metabolizar. O fígado leva, em média, uma hora para processar uma dose de bebida, mas esse tempo pode variar de acordo com o peso, a altura, o físico e o gênero. Em mulheres, o tempo estimado é de quase duas horas.

Com o excesso de bebida, há uma intoxicação e, com isso, alguns órgãos, como o cérebro, o coração, o estômago e os rins, são afetados. “Após estar desidratado e continuar bebendo, o organismo entra em estado de depressão fisiológica. Os sistemas entram em colapso, o PH das células não é mais o mesmo e, uma vez nessa condição clínica, o paciente entra em coma alcoólico”, descreve Thybério.

O quadro pode evoluir para crise convulsiva, que é capaz de deixar sequelas importantes, como a não funcionabilidade de músculos, além de sequelas sensitivas, como a perca do olfato ou paladar e outros prejuízos fisiológicos.

Por isso, segundo o profissional de saúde, o momento da iniciação na bebida alcoólica é um dos pontos mais preocupantes, porque a falta de conscientização a respeito contribui para que casos graves de abuso de bebida continuem deixando consequências não só na sequela de jovens, mas no aumento de violência em toda a sociedade. O que a gente se pergunta todo dia aqui é uma única coisa: “até onde deixaremos isso chegar?”, finaliza o médico.

Por: Glenda Uchôa
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