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Faiska Massacre faz cultura da periferia virar sucesso na internet

"œOH PEGA PÁ TU" - os grupos de WhatsApp foram invadidos por vídeos com as batalha de swuingueira e seus bordões marcantes

10/06/2019 11:39

Ednael Francisco é um jovem de 27 anos que tem conquistado atenção na internet e em grupos de whatsapp com vídeos em que aceita ser desafiado para “batalhas de swingueira” em Teresina e no vizinho município maranhense de Timon. Na verdade, não é propriamente Ednael quem é responsável pelo sucesso, mas o personagem encarnado por ele em cada uma das aparições: Faiska Massacre , o dançarino que, como o próprio nome lembra, “massacra” nas competições de dança em que se apresenta. Os vídeos do jovem, em sua recente conta criada em uma das redes sociais, chegam a quase 20 mil visualizações.

Em um dos vídeos que fizeram sucesso nas últimas semanas, ele aparece com expressão sisuda, agradecendo a atenção que tem recebido de internautas e aceita um convite para um desafio de dança com outro personagem que também povoou a atenção da internet nos últimos dias, o Italo Quebradeira. “Eu queria perguntar pra ele, porque ele está me convidando pra disputar de novo? Agora você vai pegar o massacre! Pois pega ‘pá’ tu, Italo quebradeira. Pega ‘pá’ tu!”, anuncia no vídeo que viralizou.

O talento para a dança, o estilo marrento e os bordões “pega pá tu” e “pois toma, desgraçado”, fizeram o jovem chamar atenção a uma cultura que faz parte da rotina dos jovens na periferia das cidades de Teresina e Timon: os shows de swingueira e os desafios de dança gerados por eles. 

Para Faiska, mesmo antes das disputas, a dança sempre fez parte da sua rotina de vida. Com o recente sucesso, agora, ele sonha em fazer dela a profissão de vida. “Desde 2005, eu já dançava em todo lugar porque é o que eu gosto de fazer. Depois, comecei a botar os vídeos na internet, mas não estourava, até que começaram a me desafiar, que é uma coisa mais recente por aqui. Eu não tenho medo e enfrento todo mundo. Aqui é massacre!”,  explica.

A dança realmente parece algo natural para o jovem.  Ele aponta para os joelhos machucados, que são frutos dos ensaios diários, com satisfação. “Quando eu era menor, eu via meus amigos dançando e pedia pra eles me ensinarem, mas ninguém queria. Eu falava: “um dia eu vou ser o cara”. Agora eu treino todo dia e sou o melhor de Timon e Teresina, não tem pra ninguém não”, comemora.

O jeito sisudo dá espaço quando ele pega o celular, emprestado do irmão, para mostrar os muitos vídeos que tem gravado em que dança em diferentes locais de Teresina e Timon. Empolgado, ele explica cada passo e avaliação das próprias apresentações.

Faiska já faz da dança um princípio de vida, mas quer fazer dela também uma profissão. Desempregado, sonha em ser contratado por bandas de abrangência nacional. Por hora, as participações em shows e vitórias em batalhas rendem apenas pequenos cachês. “Já dancei muito por aqui, agora quero ser profissional, quero ser contratado e viajar o Brasil todo. Quero muito ganhar pelo que eu faço”, anuncia.


Família apoia e acompanha sonho de infância

Enquanto não consegue realizar o sonho de ganhar o Brasil com o seu talento, o jovem acompanha o ‘boom’ de ser cada vez ser mais conhecido, não só onde mora, no Parque São Francisco, em Timon, mas também na Capital do Piauí. A família vê com empolgação o inicial reconhecimento do sonho do jovem.

A mãe de Ednael, Francisca da Chagas, é uma das grandes incentivadoras do sonho do filho. “Trabalho vendendo verdura aqui em Timon e, hoje em dia, todo mundo me chama pra ver os vídeos dele. Quero que ele seja feliz, que consiga fazer sucesso com o que gosta”, ressalta. Francisca, além de Ednael, tem outros sete filhos. “Sempre criei eles com o suor do meu trabalho e o Ednael é o meu parceirão, o que sempre me ajudou”.

Por: Glenda Uchôa - Fotos: Jailson Soares/ODIA
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