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Em depoimento, Cristina Kirchner nega corrupção e se diz perseguida por Macri

A senadora apresentou sua declaração por escrito ao promotor Carlos Stornelli e ao juiz Claudio Bonadio.

14/08/2018 09:13

Mesmo depois de pedir que militantes desistissem de ir à sede dos tribunais em Buenos Aires para que sua entrada e saída fossem discretas, a ex-presidente e atual senadora Cristina Kirchner teve de atravessar uma multidão de repórteres, apoiadores e opositores nesta segunda-feira (13), quando compareceu a uma convocação da Justiça. Cristina foi chamada para se defender da acusação de fazer parte de um esquema de benefícios a empreiteiros de que teria participado seu governo (2007-2015) e o de seu marido, Néstor Kirchner (2003-2007), que morreu em 2010.

A senadora apresentou sua declaração por escrito ao promotor Carlos Stornelli e ao juiz Claudio Bonadio. Ela negou "de maneira definitiva" as acusações e disse sofrer uma perseguição judicial desde que o presidente Mauricio Macri chegou ao poder, em 2015. Contra Cristina estão abertos também processos sobre a especulação com o dólar futuro, enriquecimento ilícito, lavagem de dinheiro e envolvimento em supostos desvios de verba destinada a obras públicas. Por este último, está preso Lázaro Báez, empresário e amigo do casal acusado de ser o operador do esquema de desvios e de ter ficado com as principais concessões de obra pública no sul do país.

Cristina também é mencionada nos chamados "cadernos da corrupção", um conjunto de documentos entregues à Justiça pelo jornal La Nación e que trazem anotações feitas à mão pelo ex-motorista de um funcionário do ex-ministro do Planejamento Julio de Vido (também preso). Nas anotações, Óscar Centeno registra os valores de bolsas de dinheiro supostamente entregues a funcionários kirchneristas e a empresários beneficiados.


Foto: reprodução

A senadora defendeu que Macri também seja chamado a depor a respeito do mesmo esquema. Na semana passada, o empresário citado no processo, Ángelo Calcaterra, primo de Macri, declarou ter dado contribuições em caixa 2 às campanhas dos Kirchner. Calcaterra é acusado de ter sido favorecido pelo kirchnerismo com sua ex-empresa, IECSA, sócia da brasileira Odebrecht numa obra na capital.

Cristina afirmou que Macri teve "algum tipo de participação nas negociações irregulares que fazia Calcaterra". Acrescentou que está havendo uma "judicialização da política" na Argentina e que Bonadio foi escolhido pelo governo para armar o que ela chamou de "fórum shopping". A ex-presidente passou cerca de 90 minutos no tribunal e não falou com a imprensa. A partir das 18h40, a Polícia Federal fez busca e apreensão no apartamento em que ela mora, em Recoleta.

O imóvel está no nome do irmão de um empresário amigo dos Kirchner, Fabián de Souza, também investigado por corrupção. Bonadio ainda pediu permissão ao Senado para fazer buscas nos imóveis de Cristina em Santa Cruz e em seu gabinete.

Fonte: Folhapress
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