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Luto e dor na vigília pelas vítimas do massacre em escola dos Estados Unidos

Milhares participaram de homenagem às vítimas de tiroteio na Flórida. Jovens e adultos se emocionaram ao ouvir o testemunho do pai de uma menina de 14 anos assassinada no ataque

16/02/2018 08:38

Milhares de pessoas se reuniram na quinta-feira (15) em uma vigília em lembrança dos 17 mortos no massacre realizado no dia anterior na escola de ensino médio Marjory Stoneman Douglas, em Parkland, na Flórida, nos Estados Unidos.

Centenas de pessoas depositaram flores, velas e foto das vítimas do ataque em frente à escola, que foi invadida na tarde de quarta-feira (14), por Nikolas Cruz, de 19 anos. O ex-aluno, expulso por problemas disciplinares, portava um rifle AR-15 e muita munição. A ação deixou vários feridos além dos 17 mortos.

Durante a homenagem, jovens e adultos se emocionaram ao ouvir o testemunho do pai da menina Jaime Guttenberg, de 14 anos, uma das assassinadas no ataque.

Emocionado, Fred Guttenberg explicou que no ano passado perdeu um irmão vítima de um câncer, que apareceu em decorrência dos atentados do 11 de setembro de 2001, segundo a agência Efe.

Pensou, então, que a dor era insuportável, mas afirmou que o que vivia desde a tarde de quarta-feira (14) era infinitamente pior.

"Jamie era a luz da festa", disse, lamentando não se lembrar se tinha se despedido da filha antes dela sair para a escola e não voltar mais para casa.

Por isso disse que as crianças devem entender quando seus pais dizem não a tudo o que pretendem fazer. O objetivo disso é de protegê-los e não sofrer a dor de perdê-los. Aos pais, ele pediu que não percam um dia sem "abraçar e beijar" seus filhos.

Ao lado dele, no palco do anfiteatro ao ar livre do parque Pine Trails, autoridades e líderes religiosos pediram unidade para enfrentar esta enorme tragédia.

Também houve espaço para mensagens de tom político, como "Basta, é suficiente" e "NRA deixe de matar nossos filhos", em referência à Associação Nacional de Rifles, o poderoso grupo de pressão a favor das armas e contrário a uma maior regulamentação das mesmas nos EUA.

Com velas, centenas de pessoas levam velas durante vigília na noite de quinta-feira (15) em homenagem às vítimas de massacre em escola em Parkland, na Flórida  (Foto: Jonathan Drake/ Reuters) Com velas, centenas de pessoas levam velas durante vigília na noite de quinta-feira (15) em homenagem às vítimas de massacre em escola em Parkland, na Flórida  (Foto: Jonathan Drake/ Reuters)

Com velas, centenas de pessoas levam velas durante vigília na noite de quinta-feira (15) em homenagem às vítimas de massacre em escola em Parkland, na Flórida (Foto: Jonathan Drake/ Reuters)

A experiência em Parkland inevitavelmente remeteu ao que foi registrado há um ano e meio, após o massacre na discoteca gay Pulse, em Orlando, também na Flórida, onde morreram 49 pessoas.

Como naquele julho de 2016 a bandeira do arco-íris se tornou um símbolo da lembrança às vítimas, na quinta, a cor vinho, que caracteriza a escola, predominava nos laços e camisetas. Também foi o que Nikolas Cruz usou para passar despercebido ao entrar no colégio e fazer o ataque.

O atirador

Nikolas Cruz agiu sozinho. Acredita-se que ele tenha provocado o disparo do alarme de incêndio para conseguir atingir mais vítimas. Após fazer os disparos, ele se misturou aos alunos e conseguiu deixar o colégio. Só foi preso mais tarde. Ele responderá por homicídio premeditado.

Nikolas Cruz, que é apontado pela polícia como atirador que deixou mortos Stoneman Douglas High School, em Parkland, na Flórida, na quarta-feira (15)  (Foto: Broward County Jail via AP) Nikolas Cruz, que é apontado pela polícia como atirador que deixou mortos Stoneman Douglas High School, em Parkland, na Flórida, na quarta-feira (15)  (Foto: Broward County Jail via AP)

Nikolas Cruz, que é apontado pela polícia como atirador que deixou mortos Stoneman Douglas High School, em Parkland, na Flórida, na quarta-feira (15) (Foto: Broward County Jail via AP)

A imprensa americana encontrou em sua conta no Instagram, que foi bloqueada após o tiroteio, uma série de fotos em que Nikolas Cruz aparece com facas e arma de fogo. Na avaliação do xerife Scott Israel, o conteúdo de suas redes sociais era "pertubador", segundo a CNN.

O “Miami Herald” conversou com professores e alunos que dizem que ele era considerado uma pessoa problemática, que ameaçava colegas e não tinha autorização para entrar no prédio portando mochilas – decisão que teria sido tomada devido ao seu interesse obsessivo por armas.

Alunos brasileiros

Brasileiros que estudam na escola relataram o terror durante o tiroteio. A estudante Kemily dos Santos Duchini, de 16 anos, estava dentro de sua sala de aula e conseguiu se comunicar com a mãe durante a ação, de acordo com a BBC.

Já Gustavo Capone havia saído da sua sala calmamente, junto com outros alunos, porque soou um alarme de incêndio na escola. Mas do lado de fora do prédio viu policiais armados chegando e escutou um segundo alarme, que desta vez alertava para um tiroteio. Então correu para a sua casa, que fica a uma quadra do colégio.

Fonte: G1
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