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Relembre plebeus que entraram para a realeza pelo mundo

Casamentos de príncipes e princesas com pessoas sem 'sangue azul' se tornaram mais comuns no século 20. Confira exemplos famosos em dez países.

09/05/2018 13:11

Meghan Markle não está só e o Reino Unido não é o único: uniões entre plebeus e membros de famílias reais acontecem em diversos países e, em geral, são bem aceitas por súditos e pela nobreza.

Nem sempre foi tão simples, mas do século 20 para cá, são muito raros os casos em que casamentos são proibidos ou herdeiros de tronos precisam abrir mão de algum direito em nome do amor.

A dez dias do casamento do príncipe Harry com a atriz Meghan Markle, conheça ou lembre outros casos de plebeus que entraram para famílias reais em dez diferentes países:

Príncipe Harry e Meghan anunciariam o noivado nesta segunda (27). No mesmo dia, o casal concedeu uma entrevista a imprensa e fizeram a primeira aparição pública como noivos. Foto: Reprodução

Reino Unido

Meghan será apenas a mais recente na longa lista de plebeus da família real britânica. Em geral, eles costumam ser bem aceitos, com duas notórias exceções no século 20: Wallis Simpson, por quem o rei Edward VIII abdicou da coroa em 1936, e o oficial Peter Townsend, considerado o grande amor da princesa Margaret, irmã da rainha Elizabeth II.

No entanto, o grande problema dos dois não foi a falta de nobreza, mas sim o fato de serem divorciados - coisa que Meghan também é, aliás - em tempos muito mais conservadores. Contra Simpson, pesavam ainda acusações de espionagem em tempos pré-II Guerra Mundial e de ter outros amantes além do rei.

A própria princesa Margaret, no final, conseguiu se casar com um plebeu, o fotógrafo David Armstrong-Jones. E os filhos de Elizabeth II também não tiveram muitos problemas para subir ao altar com plebeus.

A exceção talvez seja a confusa história de Charles e Camilla, que chegaram a namorar na década de 1970, mas se separaram de forma não muito clara, e terminaram casados com outros pares – ela com Andrew Parker Bowles e ele com a descendente de uma família nobre, Diana Spencer. Os dois só se casaram enfim em 2005, oito anos após a morte de Diana.

Príncipe Charles e princesa Diana, em Londres, após a cerimônia de seu casamento, em 29 de junho de 1981 (Foto: Reprodução)

A segunda filha da rainha, Anne, se casou duas vezes, em 1973 e 1992, ambas com plebeus militares: o tenente Mark Phillips, de quem se divorciou, e o comandante da Marinha Real Timothy Laurence. Os dois filhos de Anne, Peter e Zara, também se casaram com plebeus, uma consultora de gestão e um jogador de rúgbi, respectivamente em 2008 e 2011.

O terceiro filho de Elizabeth II, Andrew, se casou em 1986 com Sarah Ferguson, que trabalhava como relações públicas. Os dois se divorciaram, mas mantêm relação de amizade. O casal teve duas filhas, Beatrice e Eugenie, e a última irá se casar também em 2018, mas com um descendente de uma linhagem de barões, Jack Brooksbank.

Em janeiro de 1999, o último filho de Elizabeth também se casou com uma plebeia: Edward se tornou marido da relações-públicas Sophie Rhys-Jones, com quem tem um casal de filhos.

A última plebeia a chamar atenção ao se unir à família real britânica foi Kate Middleton, mulher de William, irmão de Harry e terceiro na linha de sucessão ao trono. Desde o casamento, em abril de 2011, eles já tiveram três filhos: George, Charlotte e Louis.

Príncipe William e Kate Middleton com os filhos, George e Charlotte (Foto: Getty Images)

Família real britânica (Foto: Juliane Monteiro/G1)

Mônaco

Grace Kelly em foto de 1955 (Foto: Domínio público)

Talvez a mais famosa plebeia a entrar para uma família real, a atriz americana Grace Kelly se casou em 1956 com o príncipe Rainier III e com ele teve três filhos, todos também envolvidos com plebeus posteriormente. A filha mais velha, Caroline, se casou três vezes, as duas primeiras com não nobres: com o banqueiro francês Phillipe Junot, de quem se separou e conseguiu ter a união anulada pelo Vaticano, e com o industrial italiano Stefano Casiraghi, de quem ficou viúva. Atualmente ela é casada com o príncipe Ernst August de Hanover.

A irmã mais nova, Stéphanie, teve uma vida mais atribulada: casou-se com seu guarda-costas Daniel Ducruet depois de já ter dois filhos com ele, divorciou-se, teve uma filha de quem nunca revelou publicamente a paternidade, viveu sem se casar com um domador de elefantes e depois se casou com o acrobata português Adans Lopes Perez, de quem também se divorciou.

Já o filho do meio de Grace Kelly, o atual príncipe de Mônaco, Albert II, foi o último a se casar, e também escolheu uma plebleia. Em 2011, ele se casou com a ex-nadadora olímpica sul-africana Charlene Wittstock, com quem se relacionava havia dez anos. Os dois tiveram um casal de gêmeos em 2014, mas Albert também já reconheceu dois outros filhos, um nascido em 1992 e outro em 2005, com diferentes mulheres dos EUA e do Togo.

Espanha

Rainha Letizia Ortiz Rocasolano e o rei Felipe VI no dia do casamento, em 2004. (Foto: Reprodução)

A atual rainha da Espanha é a primeira plebeia a ocupar o posto na história do país. Letizia Ortiz Rocasolano era jornalista e apresentava um telejornal antes de se casar com o futuro rei Felipe VI em 2004, Madri, dez anos antes de ele ser coroado.

Suécia

Casar com um plebeu se tornou praticamente uma tradição na família real sueca. Fluente em seis idiomas, a plebeia Silvia Renate Sommerlath trabalhava como intérprete nas Olimpíadas de 1972, na Alemanha, quando conheceu o rei Carl XVI Gustaf, com quem se casou quatro anos depois.

Mais tarde, os três filhos do casal real também se apaixonaram por pares fora da nobreza. Em 2010, a princesa Victoria se casou com Daniel Westling, que deixou de ser seu personal trainer e se tornou o príncipe Daniel, duque de Västergötland. Em 2013, a princesa Madeleine, que viveu por um tempo em Nova York, casou-se com o economista britânico Christopher O'Neill, que trabalhava em Wall Street. E, em 2015, foi a vez do irmão delas, o príncipe Carl Philip, se casar com a modelo e estrela de reality show Sofia Kristina Hellqvist, com quem teve dois filhos, agraciados com títulos de duques.

Jordânia

Nascida na capital americana Washington, Lisa Halaby trabalhava em uma companhia aérea e conheceu o Rei Hussein da Jordânia em 1977 no Aeroporto Internacional Rainha Alia, cujo nome homenageia a primeira mulher dele, morta em um acidente de helicóptero. Os dois se casaram um ano depois, ela se tornou a rainha Noor da Jordânia, e eles ficaram juntos até a morte do rei, em 1999.

No mesmo ano, quando assumiu o trono, Abdullah da Jordânia também tornou rainha uma ex-plebeia. Rania Al-Yassin, com quem se casou em 1993, conheceu o então príncipe durante um jantar de negócios quando trabalhava na filial da Apple em Amã.

Japão

Plebeias se tornaram (relativamente) bem-vindas na família imperial japonesa a partir do século 20, mas plebeus não. Contrariando a vontade de sua família, o então príncipe Akihito se casou em 1959 com a não nobre Michiko Shōda, que havia conhecido dois anos antes jogando tênis, e com ela teve três filhos.

Imperador Akihito e imperatriz Michiko do Japão se casaram em 1959 (Foto: Kyodo News)

Já como imperador, Akihito viu seus passos serem repetidos por seu filho mais velho e sucessor, Naruhito. Em 1993, o príncipe se casou com a plebeia Masako Owada, uma diplomata formada em Harvard que abandonou a carreira após anos de insistência e três pedidos de casamento. Em 2019, eles se tornarão os novos imperador e imperatriz do Japão.

As coisas não serão tão simples para a neta mais velha de Akihito (e sobrinha de Naruhito), Mako. Para poder se casar em 2020 com o plebeu Kei Komuro, que conheceu durante a faculdade, ela deverá abandonar seu título de realeza e seu lugar na família imperial japonesa. Mako é a oitava mulher na família a passar pelo processo desde que a Lei do Agregado Familiar Imperial foi aprovada, em 1947.

Marrocos

A engenheira Salma Bennani conheceu o rei Mohammed VI do Marrocos durante uma festa particular em 1999 e o anúncio do noivado chamou atenção porque, antes dela, as mulheres dos reis do país geralmente eram figuras que não apareciam em público. Os dois se casaram em 2002 e tiveram dois filhos. Bennani, além de ser a primeira esposa de um rei marroquino a receber um título real, teve seu nome alterado para Lalla Salma, se tornando Sua Alteza Real Princesa Lalla Salma.

Butão

Jetsun Pema estudou relações internacionais, psicologia e história da arte na Regent’s College, em Londres. Também na Inglaterra, o “Rei Dragão”, apelido do rei Jigme Khesar Namgyel Wangchuck, estudou na Universidade de Oxford, embora não esteja claro se eles se conheceram lá ou em seu país de origem. O que se sabe é que ele anunciou publicamente o noivado em maio de 2011 e os dois se casaram em outubro do mesmo ano, em um evento que teve a maior cobertura de mídia da história do país. O casal tem um filho, nascido em fevereiro de 2016. Embora fosse oficialmente uma plebeia antes de se casar, Jetsun Pema tem ancestrais relacionados a antigas rainhas consorte do Butão.

Uganda

Quando a princesa de Uganda Ruth Komuntale frequentava a American University, na capital americana Washington, e começou a namorar o contador Christopher Thomas, que trabalhava em Maryland, ela não revelou imediatamente seu status de nobreza. Só quando o relacionamento se tornou mais sério é que Thomas descobriu que se tornaria príncipe após o casamento, que aconteceu em 2012. Mas isso não durou muito, já que os dois se separaram depois de apenas um ano.

Lesoto

Masenate Mohato Seeiso ainda era uma universitária quando conheceu o rei Letsie III em 1996, no mesmo ano em que o pai dele morreu e ele se tornou o único rei solteiro na África. Os dois se casaram em 2000, em uma cerimônia em um estádio, perante 40 mil pessoas, incluindo Nelson Mandela, e ela se tornou a primeira plebeia a virar rainha na história moderna do país. Os dois têm três filhos e a rainha Masenate é muito popular por sua atuação com caridade e saúde pública, especialmente no combate à Aids e no trabalho com orfanatos.

Fonte: G1
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