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Suposto roubo de dados do Google pela Uber começa a ser julgado

Alphabet diz que ex-funcionário roubou dados sobre o desenvolvimento de carros autônomos e levou para a concorrente; Uber nega. Caso inclui traição descoberta por e-mail e demissão.

05/02/2018 14:58

Sem chegar a um acordo, como é comum com grandes empresas, a Alphabet, dona do Google, e a Uber começaram nesta segunda-feira (5) o principal capítulo de uma briga na Justiça que já dura 1 ano.

A Alphabet acusa um ex-funcionário de roubar informações sigilosas sobre carros autônomos e levar para a Uber, que nega usar tecnologias da rival.

O julgamento foi iniciado nesta segunda e pode ser decisivo para a disputa de quem será a primeira empresa a lançar no mercado carros que dispensam motorista.

Veja abaixo os principais pontos do caso.

O que diz a Alphabet, dona do Google:

A empresa afirma que o engenheiro Anthony Levandowski baixou mais de 14 mil arquivos confidenciais do programa de carros autônomos que hoje está aos cuidados de uma divisão chamada Waymo.

Isso aconteceu, segundo a Alphabet, em 2015, pouco antes de ele pedir demissão para abrir sua própria empresa, chamada Otto, especializada em tecnologia autônoma para caminhões. Essa empresa acabou comprada em julho passado pela Uber, em um acordo de US$ 680 milhões.

Traição por e-mail

A Alphabet diz que descobriu a traição por causa de uma troca de e-mails que revelou uma "grande semelhança" entre o projeto de uma fornecedora da Uber com aquele que a dona do Google está desenvolvendo.

O e-mail incluia desenhos de sensores em 3-D que continham elementos considerados "segredos" da Alphabet.

"Estamos trazendo este caso porque o Uber está roubando. Eles pegaram nossa tecnologia (...) para ganhar esta corrida a qualquer custo", disse o advogado da acusação, Charles Verhoeven.

O funcionário

Anthony Levandowski, acusado de roubar os dados, começou a trabalhar para a Uber após a compra da Otto. Prestigiado na start-up, ele foi o porta-voz da Uber no programa de testes de carros autônomos, o primeiro no mundo a envolver passageiros comuns, lançado em setembro daquele ano.

Apesar de negar o roubo de dados, Levandowski acabou se afastando do projeto de carros autônomos da Uber em abril passado, segundo ele, em comum acordo com a empresa.

Um mês depois, foi demitido por se recusar a colaborar no processo jurídico. Ele está listado entre as potenciais testemunhas no julgamento recrutadas pela dona do Google.

O que diz a Uber

A Uber diz que, apesar de Levandowski ter baixado os arquivos, esses dados nunca chegaram aos funcionários da empresa de transporte.

A empresa afirma ainda que sua tecnologia de sensores é diferente da usada pela dona do Google e foi desenvolvida antes da chegada do engenheiro.

Apesar disso, a empresa decidiu afastar Levandowski do programa de carros autônomos após a acusação da Alphabet e acabou demitindo o engenheiro, dizendo que ele se negou a ajudar no processo jurídico.

O que está em jogo

Caberá ao juiz decidir se os arquivos baixados eram confidenciais, e não de conhecimento comum, e se o Uber se apropriou deles, chegou a usá-los e obteve algum benefício com as informações.

A Waymo, divisão de carros autônomos da Alphabet, afirma que teve um prejuízo de US$ 1,9 bilhão com o roubo de dados. A Uber nega a necessidade de indenizar a rival.

As duas empresas estão entre as principais na "corrida" pelo pioneirismo dos carros autônomos, ao lado da Apple e das grandes montadoras.

Fonte: Auto Esporte
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