Não é novidade ouvir reclamações de usuários que precisam utilizar o serviço de táxi. Seja pela demora em ser atendido durante a ligação ou para pegar o transporte, os clientes sempre têm uma queixa a fazer, sobretudo em horários de pico ou após as 22h. 

Foto: Assis Fernandes/ODIA

Maria da Conceição Silva sabe bem o que é precisar de um táxi e não ser atendida. Ela conta que, muitas vezes, já ligou para as operadoras e não foi atendida, ou então que o carro demorará a chegar ao local solicitado. “Eles dizem que vão demorar uns 20 minutos, mas na verdade demora 40 [minutos]. Eu já cheguei a esperar um táxi por quase duas horas, e foi o jeito esperar, porque preciso para ir ao médico ou levar minha mãe, que já é de idade”, disse. 

Entretanto, essa realidade deverá ser melhorada em breve. Isso porque, após uma audiência realizada na última sexta-feira (13), na Câmara Municipal, a Prefeitura de Teresina, através da Superintendência Municipal de Transportes e Trânsito (Strans), se comprometeu em liberar cerca de 500 alvarás de taxistas até o mês de junho. 

Segundo o presidente de uma cooperativa de táxi, Antônio Barbosa, essa é uma conquista que vem sendo reivindicada pela categoria desde 2011. “Primeiro será feito uma licitação com os requisitos do que deve ser seguido e só depois é que os taxistas poderão mesmo começar a trabalhar”, explica. 

Antônio Barbosa pontua que a decisão veio em boa hora, pois a cidade está precisando de mais veículos trafegando, vez que a frota não consegue atender a demanda de usuários. A proposta para discutir a situação dos serviços de táxis na capital foi da vereadora Graça Amorim (PTB). “Quem ganha com isso é a sociedade, que terá um serviço de qualidade e o trabalhador pai de família, que agora terá de onde tirar seu sustento e ter uma renda a mais no final do mês”, frisou o presidente da cooperativa. 

Antônio Carlos de Sousa trabalha há 18 anos como taxista. Para ele, a falta de táxis nas ruas se deve pelo aumento da população, enquanto que a frota de veículos não teve crescimento. “De dois anos para cá, eu tenho percebido que a população aumentou. Muita gente reclama da demora em pegar um táxi, mas tem que ver também que a cidade cresceu, o trânsito também, mas não podemos fazer nada”, disse. 

De acordo com o taxista, o aumento da violência também tem interferido na redução de veículos disponíveis. “Eu mesmo não pego passageiros depois das 22h, a não ser que seja algum cliente já cadastrado na cooperativa. Mas na rua, só se for uma mulher com criança pequena ou uma família, e não vou também para alguns bairros mais distantes”, revela, acrescentando que a liberação dos novos alvarás não resolverá o problema no déficit de táxi, mas ajudará a diminuir a espera do usuário que necessita do transporte.

Por: Isabela Lopes - Jornal O Dia