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Campanha combate a violência de gênero e ataques a jornalistas

A campanha é lançada nesta segunda-feira, 9, nas redações de todo o País, em decorrência dos abusos a que essas profissionais estão sujeitas.

09/03/2020 07:57

Em um momento em que as mulheres jornalistas sofrem graves ataques no exercício da profissão e veem a escalada do machismo e misoginia crescer, a Federação Nacional de Jornalistas (Fenaj), a partir da integração da Comissão Nacional de Mulheres, formada por 21 jornalistas de 19 sindicatos profissionais do país, inclusive do Piauí, promove a campanha ‘Lute como uma jornalista’ nesta segunda(9), nas redações de todo o país.

Assédio moral, sexual, mulheres que não conseguem sequer concluir uma entrevista sem sofrer ataques on e off-line, que se estendem também após a veiculação de seus trabalhos, são realidades que motivam o cenário de mobilização.

Samira de Castro, vice-presidente da Fenaj, ressalta que o objetivo da comissão é instituir as questões de gênero dentro do movimento sindical jornalista para, desta forma, avançar junto à sociedade.

“É importante ressaltar que a gente tem visto um machismo muito forte atuando sobre a mulher na cobertura política, econômica e esportiva. Se a gente for pegar os casos de agressões e assédios a jornalistas, quando o relatório da violência registra o gênero da vítima, os casos que ligam as mulheres são de violência machistas. Um exemplo comum é dizer que a mulher não sabe escrever, que não sabe narrar um jogo; cantadas de fonte, de superiores hierárquicos, de colegas de profissão. Isso é algo que acontece com frequência e que não podemos naturalizar”, destaca.


Jornalistas de todo o País estão engajadas nessa iniciativa - Foto: Divulgação

O mais notório e recente caso ocorreu com a jornalista Patrícia Campos Mello, da Folha de São Paulo, agredida pelo presidente Jair Bolsonaro que, valendo-se dos argumentos de insinuação sexual, atacou injustamente a dignidade da profissional pela sua condição de mulher.

Atualmente, Patrícia aparece em terceiro lugar em uma lista que reúne os dez casos mais graves de ataques feitos a jornalistas no mundo. O índice é de autoria da organização internacional One Free Press Coalition e tem por objetivo chamar a atenção para episódios de perseguição aos profissionais da imprensa.

A repórter foi alvo de depoimento durante a CPMI das Fake News por Hans River e posteriormente, alvo de ataques permanentes nas redes sociais.

Por: Glenda Uchôa - Jornal O Dia
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