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Cédulas e moedas antigas não perdem o valor nas mãos de colecionadores

Quem coleciona tem até uma ciência própria, chamada numismática, que envolve questões de valores.

07/12/2018 09:53

Quando criança, o músico Raimundo Gutemberg encontrou no quintal da casa de sua tia um sacola com várias moedas. Encantado com o design do entalhe das peças de metal, desenvolveu uma verdadeira paixão, e passou a colecioná-las. Hoje, com 30 anos recém completados, ele possui um acervo com mais de 700 itens, sem contar com as itens repetidos. 

“Encontrei essas moedas que eram da década de 1960. Me chamou a atenção a arte e o desenho delas, aí fui juntando. Mas há diferença entre o colecionador e o juntador. Quem coleciona, tem até uma ciência própria, chamada numismática, que envolve questões de valores e números. Isso engloba tanto moedas quanto cédulas”, relata Gutemberg.

Já Francisco Barbosa, funcionário público aposentado, conta que antes de iniciar sua coletânea com cédulas antigas, que hoje soma mais de mil notas, colecionava cartões telefônicos. “Mudaram o sistema, aí tive que migrar para as cédulas”, comenta. Hoje, o ex-servidor da antiga Empresa de Telecomunicações do Piauí (Telepisa), incrementa sua renda negociando o que que para muitos, não possui valor algum.

Foto: Poliana Oliveira/O DIA

“Me aposentei e não tinha muito o que fazer, daí resolvi comercializar esses itens. Gosto muito, é uma cultura que a gente vai aprendendo no dia a dia, vamos conhecendo outras pessoas que também colecionam. Elas se tornam são amizades muito boas”, relata Barbosa.

Em ocasiões comemorativas, como nos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, em 2016, a Casa da Moeda produziu alguns exemplares comemorativos. Para Gutemberg, o episódio foi um estímulo, e despertou um maior interesse da população pelo colecionismo. Reavivou o colecionismo, tanto meu quanto de outras pessoas, que a partir daí começaram a colecionar”, afirma.

Mas além do evento esportivo, outros acontecimentos históricos já foram entalhados em moedas e estampados em cédulas, como no cinquentenário da Declaração Internacional dos Direitos Humanos ou da abolição da escravatura. “Podemos ver que a história é contada através das cédulas e das moedas, tanto na questão da economia, do poder e da retratação da sociedade daquela época, os símbolos, as comemorações”, explica Gutemberg, que também é professor de filosofia.

Nas mãos dessas pessoas o dinheiro, mesmo fora de circulação há anos, nunca perde seu valor. No último sábado (1), dia de Santo Elói, considerado o padroeiro dos numismatas, um grupo de aproximadamente 50 pessoas se reuniram no centro de Teresina para compartilhar e divulgar a prática do colecionismo.

Edição: Biá Boakari
Por: Ananda Oliveira
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