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Conselho comemora primeira trans bacharela em serviço social do Piauí

A nova graduada é a coordenadora de Enfrentamento à Homofobia da Secretaria de Estado da Assistência Social e Cidadania do Estado, Joseane Borges.

22/03/2018 17:00

Em postagem publicada em sua página oficial nesta quinta-feira (22), o Conselho Regional de Serviço Social do Piauí comemorou o título de primeira mulher trans bacharela em Serviço Social no Piauí para Joseane Borges. A nova graduada é coordenadora de Enfrentamento à Homofobia da Secretaria de Estado da Assistência Social e Cidadania do Estado.

Na postagem, o Conselho reconhece a luta de Joseane pelo movimento LGBT e pelos direitos humanos. “Mulher negra e com um longo retrospecto de militância no movimento Trans e de Direitos Humanos, concluiu esta sua graduação e tornou-se a primeira mulher trans Bacharela em Serviço Social do Piauí”, destaca o Conselho.

Joseane é a primeira mulher trans bacharela em Serviço Social. (Foto: Reprodução)

Joseane explica que despertou para a vontade de estudar serviço social depois que assumiu a Coordenação de Enfrentamento a Homofobia e passou a conviver diretamente com profissionais da área. A vontade se transformou em realidade e a militante ingressou no curso de Serviço Social em uma faculdade de Teresina e logo percebeu que concluir os estudos não seria uma missão fácil. 

“Ainda é pequeno o número de pessoas trans ocupando espaços acadêmicos. No meu caso específico a faculdade não foi um ambiente LGBTfóbico, entretanto percebo que ainda é necessário a construção de políticas inclusivas para a população LGBT”, afirma Joseane.

De acordo com o Conselho, a vitória de Joseane, em um país com histórico de violência contra as pessoas travestis e transexuais, também é uma “vitória de todos aqueles que lutar por direitos e contra toda forma de LGBTfobia”. "Um cenário de completo descaso e ataque aos direitos da população LGBT, onde o Brasil aparece no topo do ranking mundial de registros de homicídios de pessoas trans, com quase 1 mil assassinatos na última década", alerta.

Para a nova bacharela em Serviço Social, a conquista é uma quebra de paradigma na sociedade. “A importância dessa conquista torna-se uma cada vez mais contemplatória, não só para mim, mas para todo o segmento trans. Mesmo que ainda existam poucas, as poucas que existem conseguem abrir caminhos para outras que sentem vontade e necessidade de aperfeiçoamento profissional e pessoal. É uma quebra de paradigma dentro de uma sociedade que ainda é hétero normativa, LGBTfóbica e conservadora [sic]”, afirma a bacharela em Serviço Social.

Por: Nathalia Amaral
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