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Conselho Regional de Medicina interdita a maternidade de Campo Maior

Interdição ética durará 60 dias até nova vistoria. Foi constatada falta de profissionais, ausência de ficha de pacientes e falta de insumos e equipamentos.

05/06/2019 12:00

O Conselho Regional de Medicina (CRM-PI) fez a interdição ética total da Maternidade Sigefredo Pacheco, no município de Campo Maior. O ato foi formalizado nesta segunda-feira (03) e se deve, dentre outros, à falta de estrutura da unidade para atender às gestantes. Vistorias do CRM constataram que a maternidade não possui equipamentos e medicamentos essenciais para a realização de procedimentos, além de faltarem equipes completas nos plantões.

Outra falta grave detectada pelo Conselho diz respeito à falta de escala de médico, uma vez que a unidade inteira conta com apenas um anestesista. A estrutura física do local também está com problemas, segundo o CRM, sobretudo no que respeita à questão da acessibilidade. As equipes analisaram prontuários e não havia registros nem fichas dos pacientes, um componente obrigatório que mostra o acompanhamento feito pela equipe médica.


Foto: CRM

A interdição da Maternidade Sigefredo Pacheco seguirá por um prazo de 60 dias para que o poder público tome as devidas providências até que o CRM faça uma nova vistoria na unidade. “Interditar eticamente uma maternidade nos dá a dimensão da falta de comprometimento do poder público quanto à assistência materno-infantil “, foi o que destacou a ginecologista Ana Cláudia Louçano, conselheira do CRM que acompanhou a vistoria.

Com a interdição ética, as gestantes de baixo e médio risco que poderiam ser atendidas na maternidade de Campo Maior serão encaminhadas para o Hospital Regional do Município e de cidades vizinhas, e as pacientes de alta complexidade serão encaminhadas para a Maternidade Dona Evangelina Rosa, em Teresina. Vale lembrar que a MDER já passou por diversas interdições éticas do ano passado até 2019 devido à falta de estrutura e à morte de gestantes por infecção hospitalar.


Foto: CRM

O outro lado

A Secretaria de Saúde do Estado (Sesapi) informou que seu gestor, o secretário Florentino Neto, se reuniu com a Prefeitura de Campo Maior para traçar um plano de contingenciamento e solucionar o problema da unidade. Este plano prevê a descentralização dos atendimentos de baixa complexidade para o Hospital Regional de Campo Maior, Altos, Castelo do Piauí, São Miguel do Tapuio, Barras e Piripiri; os de média complexidade para Campo Maior, Barras e Piripiri e os de alta complexidade para Teresina.

Já a Prefeitura de Campo Maior, por meio de sua assessoria, disse é a responsável apenas por receber os recursos do SUS e repassar à unidade, sem administrá-la diretamente. O órgão acrescentou que está tomando medidas emergenciais para dar alternativas de atendimento às gestantes da cidade, encaminhando os atendimentos aos hospitais dos municípios vizinhos, em conjunto com a Sesapi.

Por: Maria Clara Estrêla
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