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Cresce oferta de creches e escolas com período estendido em Teresina

A modalidade de ensino divide opiniões e pode apresentar resultados surpreendentes, mas também têm suas deficiências

05/04/2015 08:46

Ser responsável pela criação de uma criança é um desafio. Educar, orientar, atender todas as necessidades básicas e cuidar da formação de um novo cidadão. Esta é uma missão que requer muita responsabilidade. Para os familiares, ajuda é sempre bem-vinda, mais ainda porque a maioria das mães e pais, além do cuidado com os filhos, também se dividem entre trabalhos, estudos e afins. Recorrer ao auxílio da família, contratar uma babá ou inserir o filho em uma instituição de tempo integral, sejam creches ou escolas, são algumas das opções para quem precisa criar os filhos e continuar no mercado de trabalho. É por conta deste cenário que, principalmente, os sistemas integrais têm crescido em procura e diferente formas de oferta no mercado.

Foto: Elias Fontenele/ODIA

Essa educação em tempo integral, que é recente no Brasil, é adotada há muito tempo em países como a Finlândia, Irlanda e, mais próximo, o Chile, onde os estudantes passam o dia todo na escola, cerca de nove horas diárias. No Brasil, os alunos passam uma média de cinco horas diárias nas unidades de ensino. Entre prós e contras, a modalidade divide opiniões e pode apresentar resultados surpreendentes, como o incentivo ao desenvolvimento social e intelectual da criança; mas também pode causar deficiências nos laços familiares, já que o tempo do filho nos locais pode se tornar bem mais aproveitado que em casa.

Para Érica Gonçalves, médica pediatra e proprietária de uma creche que funciona em tempo integral e até oferece o serviço de pernoite para bebês e crianças, a oferta do serviço integral nasce da necessidade das famílias.

“Eu tive e sempre via minhas colegas com dificuldade de deixar seu bebê recém-nascido com babás, que são difíceis de encontrar, ou com familiares, que nem sempre estão disponíveis. E o que vemos hoje é a mulher muito ativa no trabalho. Quem trabalha como prestadora de serviço é muito difícil ter os quatro meses de licença maternidade. Visto isso, é inerente que exista um espaço preparado e seguro para atender essa necessidade. É claro a criança tem que estar com a mãe ou com o pai, mas o dia a dia exige esse auxílio. A gente tem que seguir de acordo com a necessidade, da mãe como profissional, como mulher, que possa encontrar um lugar para auxiliar a família”, explica.

Com a oferta desses espaços, o responsável por cuidar do filho pode sair para trabalhar, mas, nesse momento, o foco também se volta para o desenvolvimento da criança na primeira infância - fase que vai do nascimento aos seis anos – e para confirmar se a inserção em creches de tempo integral, desde muito cedo, pode contribuir ou atrapalhar em sua educação e amadurecimento. Segundo Érica, o espaço é pensado para dar estímulo e atender todas as necessidades dos pequenos.

“Nossa entrega é total para a criança, das 6h30 da manhã até 20h da noite, com cuidadores especializados, são pedagogas, técnicas de enfermagem, nutricionista, psicopedagoga e fonoaudióloga. Desde os quatro meses, estimulamos as crianças e a equipe se adequa de acordo com a necessidade de cada um, aqui eles podem tomar banho, comer, descansar, participar de aulas de música, teatro e estímulos bilíngue. É muito importante o desenvolvimento da criança”, relata Érica Gonçalves.

Nesse cenário, as crianças chegam a passar até dois turnos na creche e os pais também têm a opção de solicitar o serviço de ‘hotelzinho’, quando o filho pernoita no local. Apesar de contribuir, a utilização dos serviços deve ser usada com moderação, já que a convivência com a família, o fortalecimento de laços emocionais e de referência são fatores essenciais para a formação das crianças desde seu nascimento.

A matéria completa você confere na versão impressa do Jornal ODIA deste domingo (05/04).

Por: Glenda Uchôa - Jornal O DIA
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