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Diocese abre beatificação de Pedro Balzi; THE pode ter seu 1º santo

Primeira fase consiste na coleta e análise de documentos e escritos do padre. Laudos serão encaminhados ao Vaticano.

20/02/2020 12:05

A Diocese de Teresina iniciará nesta quinta-feira (20) o processo para a causa da beatificação e canonização do Padre Pedro Balzi, que liderou importantes obras missionárias na Capital piauiense e pode se tornar o primeiro santo de Teresina e do Piauí. O anúncio foi feito pela Arquidiocese nesta manhã.

Pedro Balzi, embora não tenha nascido em Teresina, deixou aqui como herança uma grande parte de sua obra e atuação pastoral. “Mesmo que não tenha aceitado receber o título de cidadania, podemos considerá-lo um santo nosso. Todos sabemos que ele não gostava que sua imagem fosse levada a público ou que atribuíssem à pessoa dele qualquer homenagem. Ele sempre repetia: As obras não são minhas, mas da graça de Deus”, é o que diz o padre Igor Torres, assistente eclesiástico da Associação Padre Pedro Balzi.

A causa de beatificação e canonização é de autoria da associação aqui em Teresina, em conjunto com outras dioceses onde padre Pedro Balzi atuou, como Lausanne, na Suíça; Bérgamo e Chioggia, na Itália; e la Paz, na Bolívia. O processo foi aberto após consulta prévia em três etapas, que envolvia a consulta aos bispos da província eclesiástica, consulta aos fiéis (feita através de um edital assinado por Dom Jacinto no dia 25 de julho) e uma última consulta, feita à Santa Sé, pedindo a abertura oficial do processo, de modo a iniciar que se chama de fase diocesana da causa.


Com abertura do processo de beatificação e canonização, Pedro Balzi pode de tornar o primeiro santo de Teresina e do Piauí - Foto: Reprodução

Como é um processo de beatificação e canonização

Um processo de beatificação e canonização é composto por duas fases: a diocesana e a romana. A primeira consiste num processo documental. Os escritos do Servo de Deus [no caso, Pedro Balzi] são reunidos e criteriosamente analisados com um parecer conclusivo de especialistas em história e teologia. Então, um tribunal instituído para a Causa ouve pessoas que conheceram o Servo de Deus e registra seus depoimentos.

Feito isso, a documentação é remetida à Congregação da Causa dos Santos, no Vaticano, onde os documentos, laudos, pareceres e testemunhos são analisados por comissões, dando início à fase romana do processo. Para a beatificação e canonização são analisados, dentre outros, as virtudes do Servo de Deus e a existência de um milagre atribuído a ele.

Quem foi Pedro Balzi

Conhecido como “Construtor do Amor”, Padre Pedro Balzi nasceu na Suíça e aos dez anos de idade foi morar na Itália. Antes de vir ao Brasil atuou na Bolívia, onde construiu um grande hospital. No ano de 1987, a pedido do então Arcebispo Dom Miguel Fenelon Câmara, se instalou em Teresina, com a missão de cuidar dos hansenianos, onde em pouco tempo passou a dedicar-se também a uma vasta periferia na zona sul da capital.

O missionário era admirado e respeitado por todos que com ele conviviam e teve uma vida marcada pelo acolhimento e amor aos pobres do mundo. Além do Centro para tratamento de pessoas com hanseníase (Centro Maria Imaculada, localizado na zona Norte da cidade),  construiu um complexo de escolas e assistência social, com sede na Vila da Paz  (Zona Sul), e comunidades terapêuticas no Maranhão e Piauí, a Fazenda da Paz. Faleceu em outubro de 2009, aos 82 anos, sendo ainda pároco da Paróquia Santuário Nossa Senhora da Paz, onde foi enterrado.

Sua grande dedicação e testemunhos de graças após sua morte motivaram o início de um processo para o reconhecimento eclesial da sua santidade. É importante destacar que o processo não visa as obras construídas pelo Servo de Deus, pois o critério de decisão é a “vivência heroica das virtudes”, ou seja, decisivo é o modo como o candidato viveu a fé, a esperança e a caridade (virtudes teologais); a prudência, a justiça, a fortaleza e a temperança (virtudes cardeais); a pobreza, a castidade, a obediência e a humildade (virtudes especiais ou anexas).

Por: Maria Clara Estrêla, com informações da Arquidiocese de Teresina
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