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Educação e Transporte têm que ser uns dos últimos a reabrir no Piauí, diz UFPI

Maior abertura de estabelecimentos deve acontecer na 2ª fase de retomada. Na 3ª fase, haverá maior geração de emprego. Setor de bebidas é o mais seguro.

18/07/2020 17:30

A Universidade Federal do Piauí (UFPI) divulgou neste sábado (18) a nota técnica número oito a respeito da reabertura econômica do Piauí em meio à pandemia do novo coronavírus. O estudo traz resultados preliminares para a flexibilização de 55 setores baseados em seus respectivos índices de segurança do trabalho e impacto na economia piauiense. A pesquisa traz alguns dados importantes. Por exemplo, por questões de segurança, segmentos como Educação Pública e Privada e Transporte Terrestre tem que ser uns dos últimos a reabrirem no protocolo de retomada.

A distribuição das atividades econômicas no modelo de retomada apresentado pela Departamento de Ciências Econômicas da UFPI levou em consideração o índice de segurança de reabertura baseado no risco de contágio pela covid-19. Foram observados itens como a exposição a doenças e agentes infecciosos, a frequência de contato com outras pessoas e o nível de proximidade física com outras pessoas.

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Com base nestas três variáveis, os pesquisadores calcularam o Índice Setorial de Distanciamento Controlado (IPI), que revela quais setores de atividade econômica geram maiores ganhos e têm maior segurança nas relações de trabalho, definindo, portanto, quais setores devem ser reabertos primeiros e quais os que devem ser deixados por último.

De acordo com a nota técnica, há nove setores econômicos no Piauí aptos a serem flexibilizados na primeira fase de retomada; 22 setores na segunda fase; 20 setores na terceira e quatro setores na quarta. 


Foto: O Dia

Os setores considerados os mais seguros de serem reabertos nesta primeira fase são: fabricação de bebidas, produção florestal, pecuária, confecção de artefatos do vestuário e acessório, fabricação de produtos de minerais não metálicos, construção, outros produtos alimentares, fabricação de móveis e produtos de indústrias diversas e fabricação de produtos de metal, exceto máquinas e equipamentos. O destaque vai para o setor de fabricação de bebidas, que apresentou o maior IPI, ou seja, o nível mais seguro de reabertura.

Na outra ponta da tabela encontram-se os segmentos considerados menos seguro de serem reabertos agora e é justamente neste local que estão a Educação e o Transporte. Estes dois setores devem ser retomados apenas ao final da terceira fase de flexibilização da quarentena e reabertura econômica. Vale lembrar que o Piauí ainda caminha para a segunda fase.

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Foto: O Dia

Conforme a nota técnica da UFPI, entre as atividades que devem reabrir na segunda fase de retomada econômica estão comércio e reparação de veículos automotores, comércio por atacado e varejo, serviços de arquitetura, engenharia, e atividades jurídicas e contábeis. Vale lembrar que pelo PRO Piauí, o Plano de Retomada Organizada elaborado pela Governo do Estado, o setor de veículos automotores estava incluso já na primeira fase de reabertura.

Já na terceira fase de retomada, a UFPI recomenda a reabertura de setores imobiliários, telecomunicações, atividades administrativas, atividades de vigilância e investigação, a educação pública e privada, a administração pública, transporte terrestre, e o funcionamento de órgãos de defesa e seguridade social.

Por fim, como os segmentos considerados menos seguros, ou seja, que possuem o menor IPI e maior risco de contágio pela covid-19, estão as atividades artísticas, criativas e de espetáculos, a fabricação de produtos farmaquímicos e farmacêuticos e o transporte aéreo. Estas devem entrar somente na quarta fase de reabertura gradual e segura.

Veja as grupos de reabertura completos:

Impacto econômico

A nota técnica emitida pela UFPI traz ainda dados a respeito do impacto econômico das atividades a serem reabertas no Piauí conforme a geração de empregos e quantidade de estabelecimentos. Segundo aponta a pesquisa, os nove segmentos a serem retomados na fase 1 apresentam valores percentuais mais baixos de influência na economia: respondem por apenas 8,5% dos vínculos empregatícios de todo o Estado e por 12,1% dos estabelecimentos. 

“O impacto na economia do Piauí nas fases 2 e 3 devem ser bem mais expressivos. A fase 2 é a mais importante em relação ao número de estabelecimentos que participarão do processo de abertura: 57,3% de todos os estabelecimentos do Piauí, enquanto a fase 3 é a mais relevante para a geração de vínculos de emprego.”, diz o documento.

Calendário oficial

Importante ressaltar que o Governo do Piauí anunciou no último dia 08 o cronograma detalhado de retomada da economia. Estabelecendo três grupos de acordo com o impacto na economia que suas atividades possuem. Está prevista para a próxima segunda-feira (20) a segunda etapa de flexibilização dos segmentos do grupo 1: indústria de transformação, construção civil, agricultura e pecuária, e atividades de saúde humana e animal.

Nos dias 10 e 24 de agosto, retomam as atividades do grupo 2: administração pública, comunicação e serviços pessoais, alojamento e seguridade social. Por fim, nos dias 08 e 22 de setembro, as atividades do grupo 3 devem reabrir: artes e cultura, esporte e recreação, serviços domésticos.

Por: Maria Clara Estrêla
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