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Em visita ao Piauí, Maia diz que, sem reforma, Brasil vai quebrar em 2023

Durante reunião com parlamentares e o governador Wellington Dias, o presidente da Câmara defendeu a importância da aprovação da reforma.

14/02/2019 18:03

O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), esteve reunido na tarde desta quinta-feira (17) com a bancada federal do Piauí e o governador Wellington Dias para discutir o apoio para aprovação da reforma da Previdência, articulada pelo governo Bolsonaro. Durante a reunião, ocorrida em um restaurante na zona Leste de Teresina, Maia defendeu a importância da aprovação da reforma e disse que, sem as mudanças previstas, o Brasil irá quebrar em 2023.

Em entrevista coletiva, o parlamentar afirmou que, caso a reforma não seja aprovada, o Brasil poderá voltar ao ciclo da década de 80, “ruim de crescimento e de geração de emprego”. “A relação Dívida x PIB vai crescer muito mais rápido do que está crescendo, daqui a pouco os investidores não vão querer mais financiar dívida, nós vamos voltar a ter moratória, hiperinflação, pouca capacidade de investimento privado no Brasil”, previu.

O governador Wellington Dias e o presidente da Câmara, deputado Rodrigo Maia. (Foto: Divulgação/CCOM)

Após ouvir as propostas do governador Wellington Dias, entre elas a fixação da idade mínima em 65 anos e o tempo de contribuição em 35 anos, o deputado federal defendeu um consenso entre o texto apresentado pelos governadores, prefeitos e deputados com Governo Federal. Para ele, a votação da reforma previdenciária deve ser feita com base no diálogo “sem viés ideológico”.

“Com um viés muito racional, em cima de números, para que a solução seja definitiva, para que os brasileiros possam, a partir daí, ter condições de ter mais tranquilidade em relação ao seu futuro, para que os investidores voltem a acreditar no Brasil para que a gente possa fazer esse Brasil voltar a crescer e volte a gerar emprego”, disse.

Em visita ao Piauí, Maia diz que sem reforma, Brasil vai quebrar em 2023. (Foto: Divulgação/CCOM)

A expectativa, segundo Maia, é de que o texto seja discutido no plenário da Câmara no início de junho. Apesar disso, o parlamentar afirmou que, após visita a 20 estados brasileiros, a decisão sobre a idade mínima ainda não é consenso e que a transição deve ser feita gradualmente.

Questionado pelo O DIA sobre a aposentadoria dos parlamentares, Maia argumentou que os deputados devem entrar no regime geral. “Vamos criar um sistema para todos os brasileiros, inclusive para parlamentares. Apesar da Câmara já ter, desde 1997, uma idade mínima de 60 anos e 35 anos de serviço, o nosso serviço já é um serviço melhor do que a média dos servidores públicos e com a reforma aprovada vai ser igual a todos os brasileiros”, finalizou.

“Temos que construir uma solução para o presente”, diz o Wellington sobre Reforma da Previdência 

Ao comentar a proposta de reforma da previdência que vai ser enviada ao Congresso nos próximos dias pelo Governo Federal, o Governador Wellington Dias (PT) afirmou nessa quinta-feira (14) que é preciso tratar a matéria como prioridade. Segundo ele, além de resolver o problema dos déficits a longo prazo,  é preciso  solucionar os atuais efeitos  do vivenciados, principalmente, pelas administrações estaduais. 

“Temos que construir uma solução para o presente”, diz o Wellington sobre Reforma da Previdência. (Foto: Divulgação/CCOM)

“Nós temos que dar a solução para o futuro, mas temos que, juntos, construirmos também uma solução para o presente. Não adianta aprovar a reforma e alguns estados continuarem com os salários atrasados, ou ter, como está previsto, 19 estados caminhando para lá na frente atrasar salários, é preciso dar uma solução do hoje e do futuro”, afirmou o Governador, após o encontro com o presidente da Câmara Rodrigo Maia (DEM-RJ). 

Wellington também defendeu que a idade mínima ideal deve ser de 65 anos, com objetivo de garantir o equilíbrio, corroborando, em partes, com a proposta informada no final da tarde dessa quinta (14) pelo Governo Federal, que estabelece a proposta de idade mínima de 65 anos para homens e 62 para mulheres. 

“A idade mínima para o equilíbrio atuarial é a de 65 anos e a contribuição adequada é de 35 anos, mas não há uma regra só, você pode ter, como foi aprovado no governo da presidenta Dilma, uma soma da idade com o tempo de aposentadoria”, pontuou. 

Durante o encontro com o presidente da Câmara, o governador também ressaltou a necessidade de acabar com os privilégios, estabelecendo uma regra única para a previdência geral e previdência complementar. “Isso tem que valer para os três poderes e para todas as classes sociais”, disse. 

De acordo com o Wellington, as propostas apresentadas ao presidente da Câmara pelos representantes do Piauí foram bem aceitas e podem ter peso significativo na elaboração do texto final da reforma, que vai ser votado pelo Congresso.

Bolsonaro define idade mínima

Ainda nesta quinta-feira (14), o presidente Jair Bolsonaro, em reunião com sua equipe econômica, decidiu que a nova reforma estabelecerá idades mínimas de 62 anos para mulheres e 65 anos para homens. Segundo a Folhapress, ficou estabelecido que haverá um período de 12 anos de transição para se chegar aos pisos para recebimento da aposentadoria.

Por: Nathalia Amaral e Natanael Souza.
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