O Brasil sempre sofreu com a baixa adesão de doadores de sangue antes mesmo da pandemia do novo coronavírus, imagina agora com a disseminação da doença. "Essa diminuição pode ser explicada pelo medo do doador se contaminar ao comparecer para a doação, além das restrições, caso ele tenha tido contato com pacientes que apresentaram sintomas da Covid-19", fala a hematologista Alyne Freitas, gerente médica da Agência Transfusional do HSM.

No Piauí, para tentar contornar a crise de abastecimento nos estoques de sangue, o Hemopi tem tomado medidas para garantir a segurança dos doadores. "Uma das ações acontece neste domingo, 14 de junho, quando é comemorado o Dia Mundial do Doador de Sangue. Estaremos homenageando os doadores e captando novos adeptos. A doação de sangue é segura e não existem riscos para quem doa", informa Drª. Alyne Freitas.

---

“Estamos incentivando o doador de sangue a sair de casa para realizar esse ato de solidariedade, porque as cidades estão mais vazias, o que torna o acesso aos pontos de coleta de sangue mais seguro e confortável. O povo piauiense é reconhecido por sua bondade e certamente dará mais este bom exemplo de caridade", destaca a médica Alyne Freitas (Foto: ODIA)

---

Drª Alyne assegura que, para coleta de sangue, estão disponibilizando condições de lavagem de mãos, uso de antissépticos e acolhimento que minimizem a exposição e aglomeração de pessoas. Também cuidados com a higienização das áreas, instrumentos e superfícies foram intensificados.

Diante da necessidade de manter os estoques e a rede abastecida de sangue, é importante que as doações continuem acontecendo neste momento em que o país registra casos e óbitos por coronavírus. "Pessoas com anemias crônicas, acidentes que causam hemorragias, complicações decorrentes da dengue, febre amarela, tratamento de câncer e outras doenças graves continuam ocorrendo. Ou seja, o consumo de sangue é diário e contínuo", finaliza.

HU-UFPI promove campanha de conscientização sobre doação de sangue

O Hospital Universitário da Universidade Federal do Piauí (HU-UFPI), por meio da Unidade Transfusional, está promovendo uma campanha em alusão ao Dia Mundial do Doador de Sangue, comemorado neste domingo, 14 de junho, data em que são organizadas, em vários países, ações que objetivam conscientizar a população sobre a necessidade de se doar sangue.

O chefe da Unidade Transfusional do HU-UFPI, Marcos Lobão, médico hematologista/ hemoterapeuta, ressalta que, neste ano, a data ganha ainda mais importância por conta do contexto da pandemia relacionada ao novo coronavírus. “Diante das medidas impostas pela necessidade de isolamento social, houve, como consequência, uma significativa redução dos estoques do Centro de Hematologia e Hemoterapia do Piauí (Hemopi) e, diante desta realidade, são necessárias campanhas que possam estimular as pessoas a praticarem este ato de generosidade que faz a diferença na vida de muitas pessoas”, afirma o hematologista.

^{(Foto: Reprodução/Internet)}

Ele explica ainda que é possível a doação de sangue com segurança, mesmo neste momento. “A campanha Junho Vermelho, além de homenagear os doadores de sangue, visa a sensibilizar as pessoas para a necessidade da prática deste gesto em um momento em que, no estado, a falta de hemocomponentes pode comprometer a realização de procedimentos e cirurgias”, explica Marcos Lobão.

A bióloga Marayza Varão, que trabalha no Hu-ufpi, compreendeu a importância da doação no atual contexto e se dirigiu ao Hemopi nesta semana. “As doações diminuíram com a pandemia. Isso me fez refletir o quanto podemos ajudar simplesmente ao praticar esse gesto. Não dói nada, não custa nada. Vi o verdadeiro significado da frase da campanha: ‘Doar sangue salva vidas’ ”, relata Marayza

Quem pode doar sangue?

Para doar sangue, o candidato deve estar em boas condições de saúde, ter entre 16 e 69 anos e pesar no mínimo 50 kg. No dia da doação, é necessário apresentar documento de identidade original com foto .Para os menores de 18 anos é necessário o consentimento dos responsáveis e, entre 60 e 69 anos, a pessoa só poderá doar se já o tiver feito antes dos 60 anos. O candidato deve estar descansado, não ter ingerido bebidas alcoólicas nas 12 horas anteriores à doação e não estar de jejum. No dia da doação, é imprescindível levar documento de identidade com foto.

A frequência máxima é de quatro doações de sangue anuais para o homem e de três doações de sangue anuais para as mulheres. O intervalo mínimo entre uma doação de sangue e outra é de dois meses para os homens e de três meses para as mulheres.

O Hemopi adotou medidas para garantir maior segurança aos doadores de sangue e colaboradores. Nesse sentido, foi instalada uma cabine individual de higienização na entrada principal da sede em Teresina, além de totens para higienização das mãos com álcool em gel em todos os andares do prédio.

“Quando uma pessoa precisa de uma transfusão sanguínea, ela só pode contar com a solidariedade humana. Doar sangue é, portanto, um ato humanitário que enobrece e traz satisfação para o doador que está ajudando a salvar vidas”, finaliza Marcos Lobão.

Em Teresina, o Hemopi funciona de segunda à sexta no horário de 7h15 às 18h. Sábados e feriados até às 17h.

Por: Isabela Lopes - Jornal O Dia