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Festival para a criançada propõe repensar a cidade

O projeto "Trisca" transformará espaços públicos em mundo infantil para exposições e atividades.

11/12/2018 06:54

A temporada das férias chegou e nada melhor que começar esse período brincando de fazer arte. Inspirado no verbo do imaginário nordestino “triscar”, o festival de arte Trisca vai transformar espaços públicos de Teresina em jardins sensacionais, prontos para intervenções infantis. Nos dias 14, 15 e 16 de dezembro a Biblioteca Cromwell de Carvalho e o Parque Potycabana se transformam em um grande laboratório para receber a programação, composta por oficinas, brincadeiras, exposições e experiências para viver com crianças.

A iniciativa é da produtora cultural Canteiro, que sempre está articulando contextos e estratégias de co-existência, apresentando novas formas de pensar cidade e sua relação com artistas e as pessoas. “De alguma maneira o festival tem a intenção de começar a ativar em Teresina a ideia de uma programação cultural para crianças, costurando pessoas que estão trabalhando nesse segmento”, destaca Layane Holanda, artista e produtora cultural à frente da realização junto com Soraya Portela.

Desde a sua primeira edição, há dois anos, o festival Trisca se propõe a fazer alguns questionamentos sobre que contextos, além da escola e família, a sociedade está criando para formar os sujeitos que atuarão no mundo e no futuro. “Esse ano a ideia é fazer uma programação não para criança, o foco é um festival com criança e feito por crianças”, explica Soraya Portela se referindo as questões levantadas pelo evento.


Foto: Divulgação

Pensando em tornar as crianças cada vez mais em sujeitos ativos dentro do universo da arte, como curadoras do evento foram chamadas Laura, de 7 anos, Theodora, de 11 anos e Beatrx Matoz, de 13 anos. “A gente escolheu a ideia da criança como protagonista como um primeiro passo: olhar para elas e escutar o que elas têm a dizer, o que estão pensando do mundo agora”, acrescenta Soraya.

Programação

O Trisca começa na próxima sexta-feira, dia 14, com um jardim sensorial, uma exposição aberta, na Biblioteca Cromwell de Carvalho. Há ainda uma ação de leituras públicas, projeto do Festival Panorama RJ que visita o Trisca, exposição coletiva de mini-obras de mini-artistas e uma oficina de som. A programação na Biblioteca continua com brincadeiras de chão. O primeiro dia do festival encerra com o espetáculo Cirandar, do Balé da Cidade.

No sábado e domingo a programação segue com uma conversa pública na nave da biblioteca e oficinas multidisciplinares, além de um espetáculo-laboratório com Carlinha Senna “Abá bonecas de nó e Orixás“ onde durante a apresentação as crianças vão construir bonecas de nó em tecido e se aproximar da cosmologia africana. 


As crianças vão poder trabalhar a criatividade, através da arte (Foto: Divulgação)

O encerramento da edição 2018 do Trisca é na Potycabana, com o Rali Rala Canela, começando às 17h. “É um passeio de bike coreografado e conduzido pela Chandelly Kidman – ele pode tanto ser vivido como assistido, é um ato, uma passeata colorida e barulhenta, afirmando a presença da criança nos espaços públicos”, explica Layane . “A ideia é infiltrar a discussão sobre papéis femininos e masculinos de um jeito leve porque há um grande tabu em torno disso: que infância é essa que segrega brincadeiras de menina e meninos? Criança pode brincar junto, bicicleta, pipa, bola, subir na árvore, se fantasiar, construir foguete, fazer comidinha são maneiras de ativar desde cedo o que uma menina pode ou não pode fazer na vida adulta”, provoca.

Toda programação é sujeita a lotação de público – é importante fazer a inscrição prévia do participante através da internet e garantir ingresso.

Por: Yuri Ribeiro - Jornal O Dia
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