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Governo assina acordo, mas caminhoneiros não encerram greve

O Governo se comprometeu a ressarcir a Petrobras pelos prejuízos na redução do preço do combustível. Caminhoneiros criticam entidades representantes e mantêm greve por tempo indeterminado.

25/05/2018 07:38

Atualizada às 12h26min

Em razão da crise do abastecimento e da paralisação dos caminhoneiros, A Coordenação Nacional decidiu suspender a aplicação da segunda fase do XXV Exame de Ordem Unificado, que seria realizada no próximo domingo (27) no Piauí. Em comunicado oficial, a OAB informou que não há condições logísticas para a entrega e aplicação das provas de forma uniforme, com segurança, sigilo e eficiência em todo o Brasil, segundo certificado pela Fundação Getúlio Vargas (FGV). Outras providências a serem adotadas e demais informações referentes ao novo cronograma serão divulgadas no momento oportuno

Iniciada às 07h38min

Após sete horas de reunião, o Governo Federal e um grupo de representantes de caminhoneiros anunciaram um acordo para suspender por 15 dias a paralisação que afeta as estradas de 25 estados e do Distrito Federal. O acordo foi anunciado pelo ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, na noite de ontem (24). Apesar disso, a greve dos caminhoneiros ainda persiste e com força total nas rodovias brasileiras.

Ao todo, oito entidades aceitaram o acordo, no entanto a União Nacional dos Caminhoneiros (Unicam) não assinou o documento e a Associação Brasileira dos Caminhoneiros (Abracam) deixou a reunião na metade. Além de se comprometer a zerar a Cide sobre o diesel, o Governo disse que vai ressarcir a Petrobras para que a estatal estenda por um mês o desconto de 10% sobre o preço do diesel na refinaria.


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Depois do primeiro mês, o governo afirmou que manterá o subsídio para que o preço do diesel nas refinarias seja atualizado a cada 30 dias. O valor será mantido por um mês na refinaria e as eventuais perdas da Petrobras com as variações no decorrer deste período serão bancadas pelo poder público. Esse mecanismo ocorrerá até o fim do ano e, segundo a estimativa do governo federal, a estatal deve receber cerca de R$ 5 bilhões.

"Não há nenhum prejuízo para a Petrobras", disse o ministro da Fazenda, Eduardo Guardia. Ele explicou que será criado um plano de subvenção econômica e que a decisão não atrapalha a meta fiscal estabelecida para 2018. "Por ser despesa nova, terá que ser compensada dentro do orçamento da União para preservar a meta fiscal", reiterou.


Os ministros dos Transportes, Valter Casimiro Silveira, da Secretaria de Governo, Carlos Marun, da Casa Civil, Eliseu Padilha e da Fazenda, Eduardo Guardia (Foto: Valter Campanato/Agência Brasil)

Em nota, a Petrobras afirmou que considera o acordo "altamente positivo e um ganho inquestionável para o país". De acordo com a empresa, o ressarcimento proposto pela União preserva integralmente a política de preços da companhia ao mesmo tempo em que viabiliza maior previsibilidade para os consumidores.

Desmobilização não acontecerá

A Confederação Nacional dos Transportes Autônomos (CNTA) levou o resultado da negociação ainda ontem para a categoria. A intenção era que a greve dos caminhoneiros começasse a ser desmobilizada já nesta sexta (25), mas eles rejeitaram a proposta e disseram que não acabarão com a greve. As entidades que assinaram o acordo com o Governo Federal foram duramente criticadas e os caminhoneiros chegaram a afirmar que elas não representam aqueles que estão nas ruas. A paralisação, portanto, continua mantida por tempo indeterminado.


Foto: Assis Fernandes/O Dia

No Piauí

A fila de caminhões na BR-316, partindo do posto fiscal na Tabuleta, só aumenta. Os caminhoneiros permitem a passagem somente de cargas vivas, veículos pequenos e ambulâncias. O resultado disto é a falta de produtos nos estoques das centrais de distribuição, como a Nova Ceasa, e a falta de combustível nas bombas dos postos.

Há ainda o risco de desabastecimento de alimentos em supermercados e, com isso, a alta nos preços. Na manhã de hoje já faltam gêneros alimentícios na Nova Ceasa e o preço do abacate, por exemplo, já subiu para R$ 5,00 . Apenas dois caminhões carregados de tomate e cheiro-verde conseguiram chegar à central de abastecimento de ontem para hoje.


Foto: Assis Fernandes/O Dia

Outro setor que está sentindo os impactos da greve é o aeroportuário. No terminal de passageiros Petrônio Portela, em Teresina, só há combustível para abastecer as aeronaves até hoje. Azul, Gol e Latam já anunciaram medidas de contingência  para evitar possíveis cancelamentos de voos.

A Ordem dos Advogados do Brasil, seccional Piauí, estuda adiar a segunda etapa de sua prova, prevista para acontecer no próximo domingo (27). Isto porque, diante da falta de combustível, muitos candidatos podem ter dificuldades no deslocamento. Agrava ainda mais a situação o fato de que as empresas de ônibus de Teresina já estão reduzindo sua frota  para economizar no combustível.

Por: Maria Clara Estrêla, com informações da Folhapress
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