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Governo espera receber mais de R$ 500 milhões em impostos sonegados em 2015

Tribunal de Justiça terá uma vara especializada no julgamento de crimes tributários. Só ano passado, 200 pessoas foram autuadas por sonegação no Piauí.

07/11/2016 10:48

Quinhentos milhões de reais. É este o valor que o Governo do Estado espera receber com o julgamento dos crimes de sonegação de impostos detectados pela Receita Federal do Piauí em 2015. Pelo menos 200 pessoas foram autuadas por irregularidades tributárias ao longo do ano passado, e esses processos ainda correm no Tribunal de Justiça aguardando serem julgados. De janeiro a outubro, o Estado já recebeu denúncias de sonegação que somam R$ 110 milhões.

É para dar celeridade ao andamento destes processos que o Governo Estadual, juntamente com a Superintendência da Receita Federal no Piauí, está instalando hoje (07) o Grupo interinstitucional de Combate aos Crimes contra a Ordem Tributária (Grincot), uma Vara que vai funcionar junto ao Tribunal de Justiça para acolher os processos relacionados a irregularidades no sistema fiscal do Estado. Atualmente, esses processos são julgados junto com outros de naturezas distintas no TJ.

Antônio Luís Santos, superintende da Receita Estadual (Foto: Assis Fernandes/O Dia)

O superintende regional da Receita no Piauí, Antônio Luís Santos, explica: “A SEFAZ, ela é capaz de detectar esse tipo de sonegação do contribuinte. Se for comprovada a irregularidade, esse contribuinte é autuado e a denúncia encaminhada para o Ministério Público Estadual. Caso o MPE acate, ela é encaminhada ao TJ que vai julgar os aspectos relacionados ao pagamento da dívida, e é aí que o processo emperra, e é aí que queremos agir”.

O Governo do Estado já tenta na Justiça receber o montante de R$ 3,7 bilhões de impostos devidos por consumidores e empresas. O estado acionou a via judicial após ter esgotado todas as possibilidades de receber o valor por via administrativa. 

“Atualmente, as ações de cobrança de dívidas via justiça demoram muito, porque há os trâmites burocráticos. Há casos em que o juiz só manda cobrar o devedor após dez anos do Estado ter provocado a Justiça. Com a junção das instituições, essa cobrança será bem mais rápida”, afirma Antônio Luiz, superintendente de Receita da SEFAZ.

O secretário de Fazenda, Rafael Fonteles, afirmou que o crime de sonegação é dez vezes maior que a corrupção no Piauí, e que isso atrapalha a concorrência entre empresas. “São recursos que fazem falta para o Estado durante a crise, para o desenvolvimento em um momento de instabilidade, porque é esse dinheiro dos impostos que garante os serviços dos Poderes. Esse déficit acaba prejudicando a população”.

Já para o presidente do TJ-PI, desembargador Erivan Lopes, o Grincot lutará não só pelo recolhimento de receita, mas também para reduzir a impunidade. O desembargador critica a demora na apuração e julgamento desses processos. “A pena também muito pequena, e além disso, se o contribuinte pagar o que deve, ele é liberado”. Erivan acrescenta ainda que as multas não são apenas para o recolhimento de receita, mas para mostrar que o Estado fiscaliza.

O Grincot reunirá no mesmo local integrantes da SEFAZ, da Delegacia Contra Crimes à Ordem Tributária (Decortec), da Procuradoria Geral do Estado, do Ministério Público Estadual e do Tribunal de Justiça.

Por: Maria Clara Estrêla, com informações de Ithyara Borges e Robert Pedrosa
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