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Governo exige fechamento de turmas e alunos devem ficar sem aulas

Cerca de 60 alunos que estudariam no turno da noite na Unidade Escolar Álvaro Ferreira foram afetados pela medida.

24/02/2015 12:33

Diretora e professores da Unidade Escolar Álvaro Ferreira, localizada no bairro Piçarra, denunciam que o governador Wellington Dias baixou uma medida extraoficial avisando que a escola deve fechar o turno da noite sob alegação da baixa procura de alunos para preencherem as vagas. Nesse período seriam ministradas aulas para alunos do 1º, 2º e 3º ano do ensino médio. Em cada sala de aula, segundo os professores, há cerca de 20 alunos matriculados.

“Não chegou nenhum ofício na escola, foi tudo feito extraoficialmente. Soubemos da decisão por meio de um telefonema feito por secretários da quarta coordenadoria regional de educação. Além do mais, os alunos prejudicados pelo fechamento das turmas não receberam outra alternativa e devem ficar sem aulas”, explica o professor da instituição, João Rosa.  

O professor diz que o edital de matrícula estipula que o teto máximo por turma seja de 45 alunos, mas não tem quantidade mínima de discentes. “Se um aluno procurar a escola, temos que ministrar aula para esse aluno porque ele não pode ser prejudicado pela falta de interesse dos outros”, afirma. João Rosa conta ainda que as turmas têm em torno de 20 alunos, não contrariando o edital.

A decisão do fechamento de turmas foi tomada logo após o feriado do Carnaval. Porém, as matrículas não encerraram porque as aulas devem começar no próximo dia 09 e, segundo o professor, qualquer medida tomada antes desse tempo é precipitada e arbitrária.

O professor João Rosa completa dizendo que essa medida é uma forma de inverter o problema da falta de professores nas instituições estaduais. “O governo precisa convocar cerca de 4 mil professores concursados. É muito mais fácil, realmente, fechar as escolas do que lidar com o problema de frente”, fala.

A diretora da Unidade Escolar, Simone Maria de Oliveira, juntamente com os dois professores da instituição, João Rosa e Raimundo Rodrigues, formalizaram a denúncia junto ao Ministério Público e avisam que a determinação do MP foi para que os professores ministrem as aulas normalmente, visto que a decisão de fechamento de turma não foi formalizada.

A assessoria de comunicação da Secretaria Estadual de Educação (Seduc) alegou que a escola, diferentemente do que foi dito pelos professores, tem salas com apenas dois discentes, o que torna inviável um fechamento de turma. Em contrapartida, a assessoria garante que os alunos afetados pela medida serão remanejados para outras escolas.  

Edição: Nayara Felizardo
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