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Grupo de apoio aos caminhoneiros no Piauí reproduz machismo

O Portal O DIA foi adicionado ao grupo Somos Todos Caminhoneiros ontem, e já constatou 10 mensagens de conteúdo desrespeitoso às mulheres.

28/05/2018 11:10

Palavrões, apelo à pornografia e manifestações machistas são conteúdos frequentes em um grupo de WhatsApp criado no Piauí para apoiar o protesto dos caminhoneiros pela redução do preço do óleo diesel. O Portal O DIA foi adicionado ao grupo Somos Todos Caminhoneiros no domingo (27) e, até a manhã desta segunda-feira, já constatou 10 mensagens de conteúdo desrespeitoso às mulheres.

A primeira situação ocorreu quando um dos membros perguntou sobre as “gatas caminhoneiras” e outro membro enviou foto de uma mulher de costas, ao lado de um caminhão. Algum tempo depois, um homem mandou áudio dizendo que “só tem corno nesse grupo”, ao que outros homens responderam: “E p.. ratazana também”, “Ainda bem que tem p... barata também”. Um deles usa a frase “Jesus é o salvador” como nome de usuário.

O diálogo, alheio ao que motivou a criação do grupo, ficou ainda pior. Um membro perguntou se ali não tinha vídeo pornô e recebeu uma resposta agressiva, que rendeu troca de palavrões e xingamentos à mãe e à irmã dos interlocutores, através de mensagens debochadas.

Um dos administradores do grupo é Josué Gonçalves, que mora em Picos, a 314 km de Teresina. Ao Portal O DIA ele afirmou que não é caminhoneiro e que seu objetivo era manifestar apoio e compartilhar tudo que fosse ajudar os protestos no Piauí. “Pretendemos evitar esses conteúdos porque meu grupo é outro assunto”, declarou.

No entanto, Josué não repreendeu os membros que se excederam, e se pronunciou somente quando um homem perguntou sobre os vídeos pornôs. “Não pode… bora levar o assunto a sério rs”.

Na noite de ontem, o presidente Michel Temer (MDB) anunciou medidas que atendem a algumas das reivindicações dos caminhoneiros, mas eles continuam nas rodovias. Em Teresina, a Coordenação de Gerenciamento de Crise da Polícia Militar ainda negocia a saída dos manifestantes do terminal de petróleo.

Por: Nayara Felizardo
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