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Isolada, comunidade recebe computadores com acesso à internet

Após vídeo de moradores atravessando o rio em boias "viralizar", povoado recebe laboratório de internet

18/12/2018 07:25

Pela segunda vez em menos de um ano, a internet toma um lugar de destaque e potência para as cerca de 200 pessoas que moram no povoado Passagem da Negra, localizado na zona rural do município de Campo Maior. A primeira vez foi em março, quando um vídeo divulgado nas redes sociais pelo professor Jefferson Evangelista ganhou repercussão em todo o Brasil por mostrar a realidade de crianças e jovens que precisavam atravessar o rio Longá a nado para poder chegar à escola. A segunda vez foi ontem (17), quando a comunidade recebeu um laboratório de internet através da ação de uma empresa do ramo de tecnologia que, sensibilizada com a situação da comunidade, decidiu contribuir à sua forma. “Criamos, ao menos, uma ponte virtual para essas pessoas”, explica Marcelo Juliato, gerente de comunicação da Hughes Network Systems.


O laboratório conta com seis computadores. Foto: Poliana Oliveira/ODIA

A empresa, que é líder mundial em internet via satélite, realizou a ação por meio de seu programa de responsabilidade social com a reforma do Centro Comunitário, implementação do laboratório de informática e a efetivação de uma parceria com o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) na construção de uma horta que será cuidada pelos moradores.

Para o professor Jefferson Evangelista, responsável pela divulgação do vídeo que fez o lugar ter atenção em todo o Brasil, a implementação do laboratório na comunidade dá um recado significativo para as pessoas moradoras da região. “Agora foi dado ênfase para todas as crianças e jovens que eles têm o direito ao conhecimento, a informática, a uma vida mais digna”, destaca.

Direitos que, na área da mobilidade, ainda estão sendo negados. Os alunos que precisam se deslocar à sede do município de Campo Maior para a escola ainda precisam passar pelo rio Longá para pegar o ônibus. Um deles, Ariel Silva, 11 anos, explica como é conviver com a rotina de transpor as águas diariamente. “A gente tem que passar cinco horas da manhã e depois voltar de novo meio dia. Para não molhar a farda, nós colocamos na sacola e atravessamos com ela nas costas nadando com as boias. Não é nada bom”.

Foram relatos como esse que sensibilizaram o corpo de diretores da empresa Hughes Network Systems. “Quando vimos os depoimentos das crianças, dos jovens, que só querem ir a escola, que só querem ter uma educação, mas tem essa realidade tão difícil, sabíamos que podíamos ajudar de alguma forma. Por isso, trouxemos essa ponte virtual para cá para facilitar o contato deles com o mundo”, reforça Marcelo.


Foi realizada uma festa na comunidade para a entrega dos computadores. Foto: Poliana Oliveira/ODIA

As obras do laboratório, que conta com seis computadores, começaram no final de novembro e a sala de informática foi entregue ontem, 17 de dezembro. Na ocasião, houve uma festa para a comunidade, com direito a presença do Papai Noel e a doação de brinquedos. “Nossa expectativa era deixar o local pronto para a educação, e que as pessoas da comunidade continuem utilizando da melhor maneira, além de aprender, trabalhando e cuidando da horta”, Rafael Guimarães, presidente da Hughes no Brasil.

Por: Glenda Uchôa
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