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Lojas físicas ou online? comerciantes se adaptam para atrair consumidores

Lojistas tentam movimentar o comércio do Centro, adaptando-se às novas exigências do mercado

10/04/2023 08:48

As lojas online estão ganhando cada vez mais espaço e sendo a principal modalidade de compra dos consumidores. Se deslocar até o centro da cidade ou até mesmo aos shoppings para realizar uma compra se tornou quase raro para algumas pessoas. Assim, enquanto os e-commerces crescem, os comerciantes de lojas físicas precisam se adaptar para atrair os consumidores.

Com o Centro de Teresina cada vez mais esvaziado, os lojistas que atuam nessa região estão tendo que se desdobrar para atrair os consumidores que preferem realizar suas compras na comodidade de suas casas. Assim, investir em promoções e variedade são apenas alguns dos artifícios usados pelos comerciantes. Leda Félix é vendedora em uma loja de confecção. A marca possui três empreendimentos, todos atuando de forma física. Segundo ela, o público-alvo de suas lojas são pessoas de poder aquisitivo mais baixo e, consequentemente, que não têm muito acesso às redes sociais.

“O público que frequenta nossa loja são pessoas mais populares, vindas do interior e que tem pouca informação. São pessoas que buscam preços mais acessíveis e que não tem muita renda. Elas entram porque querem algo simples, rápido e barato. As nossas lojas não têm redes sociais, ainda não estudamos a possibilidade de abrir uma online, mas não descartamos que futuramente isso possa acontecer”, disse.

No Centro de Teresina, lojistas fazem promoções para tentar atrair mais consumidores (Foto: Assis Fernandes/ODIA)

Para Leda Félix, as pessoas têm evitado ir ao Centro de Teresina devido a falta de transporte público e de segurança. Além de comprometer as vendas das lojas físicas, o que exige mais expertise dos lojistas, os lojistas ainda precisam lidar com as empresas que atuam de forma online.

“As pessoas têm, a cada dia, evitado ir ao centro de Teresina. O deslocamento hoje em dia está bem dificultoso, então as pessoas preferem comprar online, porque o online acaba abrangendo um maior número de pessoas, além de receber em casa e, às vezes, é até um pouco mais barato. As pessoas compram mais pelo que veem do que realmente pela necessidade”, enfatiza a vendedora.

O contador Eumar Noleto de Araújo (41) é um daqueles consumidores que resolve tudo pela tela do celular e raramente sai de casa para realizar alguma compra. Segundo ele, as únicas vezes que se dirige ao Centro para efetuar uma compra é quando há a necessidade de provar o produto ou financeiramente está mais barato em loja online.

“Cerca de 70% das minhas compras são online. Hoje está mais prático comprar da sua casa, apesar de que tem que consultar bem os sites e verificar se é confiável. Aqui no Centro falta mobilidade para estacionar o carro, tem a dificuldade de transporte público para quem vem de ônibus, além da segurança que também é complicada. A única vantagem da loja física é que dá para provar o produto, mas ainda assim eu prefiro arriscar e comprar online”, comenta.

“Senti necessidade de montar uma loja física”, diz empreendedora que vende t-shirts pelas redes sociais

Há um ano e sete meses, Camylla Rodrigues (29) decidiu abrir seu próprio empreendimento e montar uma loja de vendas de t-shirts. Usando as redes sociais como o principal meio para chegar aos clientes, a empreendedora criou um cronograma de ações para atrair os consumidores.

“Eu posto stories no Instagram todos os dias e os clientes entram em contato pelo direct pedindo as peças. Também tem o Whatsapp Business da loja, onde eu criei um grupo exclusivo com as clientes mais fiéis, para que elas recebam as novidades em primeira mão, além de uma lista de transmissão para enviar aos contatos que não estão no grupo”, conta a empresária.

Todas essas estratégias têm dado certo e refletem diretamente nas vendas, que cresceram consideravelmente. Camylla Rodrigues explica que muitas clientes relataram a necessidade em experimentar as peças e, como o crescimento do negócio, a empreendedora tem avaliado a abertura de uma loja física. 

Empresária Camylla Rodrigues vem apostando nas redes sociais (Foto: Reprodução/arquivo pessoal)

“De fato, hoje, as pessoas preferem comprar tudo pela internet, devido à comodidade. O Instagram é uma vitrine, as pessoas veem, gostam e efetuam as compras. Mas tem gente que gosta de olhar o produto, de provar, e foi por isso que eu senti a necessidade de montar uma loja física. E essa estrutura facilita também na hora de fazer as fotos, porque eu terei um local mais formal. Atualmente, eu faço as fotos no meu quarto, mas tem cliente que quer provar a peça e para entrar no quarto é um pouco desconfortável”, relata a empreendedora.

Camylla tem avaliado este passo tão importante. A loja física será na sua própria casa, localizada em Demerval Lobão, cidade onde reside a empreendedora. O local já conta com um ponto comercial, o que evitará custos com aluguel. Além disso, ela recebe ajuda do namorado, responsável por realizar as entregas no município. Por trabalhar em Teresina e vir para a capital piauiense todos os dias, Camylla também fez clientes aqui na cidade e em municípios vizinhos, como Timon. A próxima etapa a ser cumprida, segundo Camylla, é fazer a abertura do Microempreendedor Individual (MEI) junto ao Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae).

Abertura de novas empresas no Piauí cresceu 14% em 2023

Segundo dados da Junta Comercial do Estado do Piauí (Jucepi), nos dois primeiros meses de 2023 foram abertas 1.338 empresas no estado. O número representa um aumento de 14,46% em relação ao mesmo período do ano passado. Somente no mês de janeiro, foram abertas 679 empresas; em fevereiro, foram 659 empresas abertas. Com relação às baixas, 783 empresas fecharam no mesmo período.

Os municípios que mais abriram empresas foram: Teresina, Parnaíba, Picos, Floriano e São Raimundo Nonato. Com relação às atividades empresariais, Comércio e Serviços lideram o ranking das novas empresas. Atualmente, o Piauí acumula 265.897 empresas ativas, dessas 126.710 são microempreendedores (MEI); 104.776 são microempresas (ME) e 8.766 são empresas de pequeno porte (EPP).

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