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Mais de 6 mil trabalhadores do Piauí perderam o emprego em maio

Dados do CAGED apontam que o setor do comércio foi o que teve o maior saldo negativo na geração de empregos. No mesmo período, Teresina demitiu quase 3 vezes mais do que contratou.

30/06/2020 08:40

Pelo menos 6.260 trabalhadores piauienses perderam seus postos de trabalho durante o último mês de maio. É isso o que aponta o CAGED (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados), da Secretaria Especial do Trabalho e Emprego do Governo Federal. Os números apontam que no mesmo período, apenas 2.901 pessoas foram admitidas formalmente no mercado de trabalho

Isto significa dizer que houveram duas vezes mais demissões que contratações em maio no Piauí, o que manteve o Estado com um saldo negativo de 3.359 vagas formais de emprego perdidas no quinto mês de 2020 e no segundo mês de pandemia do novo coronavírus

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No acumulado do ano, o Piauí também tem seguido a tendência dos demais estados brasileiros nos quais as demissões somam mais que as admissões. De janeiro a 31 de maio de 2020, o Estado contabiliza 37.740 desligamentos formais das vagas de emprego e apenas 29.186 contratações. O saldo de geração de emprego no Piauí este ano está negativo e na casa das 8.554 vagas formais perdidas nos cinco primeiros meses. Em números percentuais, o Piauí está com uma queda de 2.87% na geração de empregos.

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Apesar de ser considerado alto o saldo de demissões registrado em maio no Piauí, o CAGED aponta, no entanto, que as maiores quantidades de desligamentos do mercado de trabalho no Estado em 2020 aconteceram nos meses de março e abril. No terceiro mês do ano, 8.255 piauienses perderam seus postos de trabalho formal, e no mês seguinte, foram 8.361 trabalhadores demitidos.

O Piauí fechou abril, mês em que a crise do novo coronavírus começou a se agravar, com um saldo negativo de 5.993 vagas de emprego formal perdidas. É que naquele mês, apenas 2.368 trabalhadores foram contratados no mercado. 


Mais de 6 mil trabalhadores do Piauí perderam o emprego em maio - Foto: Agência Brasil

Em maio, o setor do comércio foi o que mais demitiu no Piauí

Seguido novamente a tendência observada no país, o setor do comércio foi o que registrou o maior saldo negativo na geração de empregos no Piauí ao longo de maio, ou seja, foi o setor que mais demitiu e menos contratou. Considerado um dos segmentos mais impactados pela pandemia da covid-19, o comércio piauiense registrou um total de 1.377 vagas de emprego perdidas no quinto mês de 2020.

Depois dele, aparece em segundo lugar na perda de vagas formais de trabalho no Estado o setor de Serviços, com 1.266 postos ocupados a menos; e a Construção, com 459 postos de trabalho a menos. Chama a atenção o comportamento do segmento da Administração Pública, Defesa e Seguridade Social, Educação, Saúde Humana e Serviços Sociais no Piauí que, em maio, perdeu 374 postos de trabalho formais. Destes, 225 foram perdidos na área da Educação. O CAGED não especifica se se tratam de demissão de professores ou orientadores pedagógicos.

Em contrapartida, o setor da Agricultura, Pecuária, Produção Florestal, Pesca e Aquicultura registrou um saldo positivo na geração de empregos no Piauí em maio. Segundo o CAGED, foram 91 novas vagas preenchidas formalmente neste segmento. Foi o único grupamento de atividade econômica que gerou emprego no Piauí no quinto mês do ano.


Foto: Assis Fernandes/O Dia

Teresina demitiu quase três vezes mais do que contratou em maio

O CAGED traz ainda dados agrupados do desempenho do mercado formal de trabalho nas capitais brasileiras e em Teresina, o cenário se apresenta ainda mais desanimador que no Piauí como um todo. É que, segundo os números, a capital piauiense contratou apenas 1.432 trabalhadores formalmente em maio de 2020 e demitiu 4.119. Ou seja, o número de demissões em Teresina no quinto mês do ano foi quase três maior que o número de admissões. O saldo de geração de emprego de Teresina em maio foi negativo e ficou na casa das 2.687 vagas formais de trabalho perdidas.

A tendência se manteve quando se observa o acumulado do ano na capital piauiense. De janeiro a maio, Teresina admitiu somente 17.776 trabalhadores no mercado de trabalho e, em contrapartida, demitiu 25.672. Nos cinco primeiros meses de 2020, o saldo de geração de emprego na capital ficou negativo na casa das 7.896 vagas de trabalho perdidas.

Lojas não conseguirão abrir as portas devido à crise

Em entrevista recente ao Jornal O Dia, o presidente do Sindilojas-PI, Tertulino Passos, deu um dado preocupante para a economia local: mais de 30% das lojas não conseguirão abrir as portas devido à crise da pandemia. De acordo com ele, o cenário positivo com o qual o comércio piauiense encerrou 2019 e começou 2020 foi todo comprometido por conta da crise sanitária do coronavírus que levou às medidas de restrição a atividades econômicas e fechou as portas de muitas empresas de pequeno, médio e até de grande porte.


Tertulino Passos, presidente do Sindilojas-PI - Foto: O Dia

“Chegamos a 90 dias sem perspectivas de reabertura e isso vai levar ao fechamento de 30% das lojas e das 70% que conseguirem reabrir, 10% não passaram do primeiro mês e fecharão também suas portas”, afirmou Tertulino. 

Vale lembrar que a Prefeitura de Teresina anunciou ontem (29) o cronograma de reabertura das atividades comerciais na capital, previsto para acontecer em quatro fases. A primeira deve começar a se posta em prática já na próxima segunda-feira (06/07), uma vez que a cidade atingiu o pico da pandemia de covid-19 e agora os índices da doença tendem a se estabilizar.

Por: Maria Clara Estrêla
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