Na luta contra o mosquito
Aedes aegypti, todo cuidado
é pouco. O problema é que,
às vezes, o perigo não está em
casa, e sim ao lado. No Loteamento
Manoel Evangelista,
zona Sudeste de Teresina, a
quantidade de terrenos baldios
chama atenção para um
problema grave: o aumento
do número de focos do mosquito
transmissor da dengue,
chikungunya e zika.
Foto: Assis Fernandes/ODIA
Os moradores do Loteamento
denunciam a falta de
manutenção nos terrenos, que
ficam completamente abandonados
e cobertos pelo mato
- condições ideais para a proliferação
dos criadouros do
mosquito. “Não adianta nada
a gente fazer a nossa parte, se
os vizinhos não contribuem.
Aqui nessa região, são muitos
terrenos abandonados, que só
servem para colocar em risco
a população”, reclama a moradora
Roseli Oliveira.
Outro problema potencializado
pelo abandono dos terrenos
no Loteamento Manoel
Evangelista é o acúmulo de
lixo. Segundo os moradores,
algumas pessoas aproveitam
a situação para descartar entulho
e, até mesmo, restos de
animais, o que acaba causando
um mau cheiro que incomoda
os vizinhos.
“Tem gente que nem mora
aqui perto, mas vem jogar lixo
nesses terrenos. Aproveitam
a hora que tem menos movimento
na rua para trazer todo
tipo de porcaria. Até geladeira
velha já jogaram no terreno do
lado da minha casa”, desabafa
o morador Wilson Carvalho.
Outro morador do Loteamento,
Francisco Nunes, lamenta
a situação e teme os
riscos causados pelo acúmulo
de lixo nos terrenos baldios
das proximidades. “É uma situação
muito complicada e
que coloca em risco a saúde
de quem mora aqui. Já denunciamos
várias vezes, mas parece
que nenhuma medida mais
rígida foi tomada para punir
os donos desses terrenos”,
pontua.
Contraponto
Procurada pela reportagem,
a SDU/Sudeste, responsável
pela manutenção e limpeza
urbana na região do Loteamento
Manoel Evangelista,
informou que, no último levantamento
realizado no local,
foram identificados mais
de 20 terrenos baldios. Os
proprietários já foram notificados
para realizar a limpeza
e fazer outras alterações.
“Além de pedir a limpeza,
estamos pedindo que o
proprietário faça o muro e a
calçada. Foi estabelecido um
prazo de 60 dias para que eles
cumpram o que está na determinação,
caso contrário,
ficam sujeitos a uma multa
inicial de mil reais, e que
pode chegar a até R$10 mil”,
explica o gerente de fiscalização
da SDU/Sudeste, Odaci
Soares.
Ainda de acordo com Odaci
Soares, a maior dificuldade
encontrada pela SDU, no
momento de realizar a notificação
dos terrenos abandonados,
é localizar os proprietários,
que, em alguns casos,
não residem mais na Capital.
Ele explica que, caso não haja
resposta por parte do proprietário
ou algum familiar, a
Prefeitura pode pedir a desapropriação
do terreno.
“A gente continua buscando
uma forma de resolver.
Caso o proprietário não seja
localizado, após todas as tentativas,
a Prefeitura e a Associação
de Moradores pode
pedir, na justiça, a posse do
terreno para que seja feito
algum beneficio à comunidade.
Mas isso é um processo
muito demorado”, esclarece.