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Moradores do Tancredo Neves vivem amedrontados com assaltantes

Quem mora no Residencial precisou mudar seus hábitos e reclama da falta de segurança pública e dos assaltos constantes

17/08/2015 07:10

Moradores do residencial Tancredo Neves, região Sudeste de Teresina, mudaram os hábitos que tinham há anos atrás. Costumavam sentar nas calçadas nos fins de tarde para conversar, frequentar a praça com suas crianças e fazer caminhadas matinais. Agora, ninguém mais tem coragem de fazer estas atividades, pois vivem com medo incessante de assaltos. 

A moradora Michela de Sousa conta que são pelo menos quatro assaltos por semana, todos nos mesmo locais. “Passam dois assaltantes de moto pela rua e pegam quem tiver. Por isso, ninguém mais tem coragem de ficar sentado nas portas, até se a gente precisar esperar alguém, ficamos por trás das grades”, declara. 

Segundo a moradora Francisca Cordeiro, antigamente, muitas pessoas tinham o hábito de acordar cedo e fazer caminhadas entre as 5h até às 6h30 da manhã, mas hoje ninguém mais faz isso. “A gente tem medo de eles pegarem nossa chave e nos obrigar abrir o apartamento, já que para fazer caminhada ninguém leva nada. Além disso, esse é um dos horários em que eles mais assaltam, porque pegam justamente quem está saindo para o trabalho”, conta. 

Segundo Francisca, o maior alvo dos assaltantes são as mulheres. “Quase não tem caso de assalto a homens, eles pegam mesmo são as mulheres. Minha vizinha já foi assaltada quatro vezes no mesmo lugar, isso é um absurdo”, desabafa. 

Foto: Elias Fontenele/ ODIA

A moradora acredita que eles praticam esse tipo de ação por acreditarem que as mulheres são mais vulneráveis. Além disto, as moradoras declaram que praticamente todos os dias acontecem assaltos na parada de ônibus. “Hoje em dia, os pais vão deixar e vão buscar os filhos na parada de ônibus porque está muito perigoso e ninguém tem coragem de deixar seus filhos vulneráveis”, explica. A moradora Cristiane Povas conta que os fiéis da Igreja Católica da região também passam por este sofrimento. Segundo Cristiane, na semana passada, uma mulher teve a moto roubada no momento em que chegava para a missa. Casos de assalto na porta da Igreja não são raros, de acordo com ela. 

Outro fator que preocupa os moradores do Tancredo Neves é a aglomeração de usuários de drogas na praça que fica entre os prédios do residencial. “Todo santo dia, por volta das 17h, ficam muitos usuários de drogas, entre eles adultos e crianças. A gente não aguenta nem chegar perto porque tem muita fumaça e odor intenso”, conta Cristiane. 

Sobre esta praça, o major Gilson Leite, do 8º Batalhão da Polícia Militar, declara haver supervisão constante da viatura que faz a cobertura da região. “Inclusive já fizemos apreensões de drogas e de armas no local”, afirma. 

“Temos uma viatura naquela área, mas infelizmente às vezes eles ficam envolvidos em ocorrência na central de flagrantes e outra faz a cobertura enquanto a outra sai e ainda assim não é possível estar presente em todos esses momentos. Porém, sabemos, que essa dificuldade não é só no Tancredo Neves”, declara. Foi marcada uma reunião com representantes das associações de moradores com a polícia para que eles possam explanar quais são suas maiores demandas e a partir disto a polícia traçar estratégias de policiamento. “Se for o caso, modificaremos o policiamento de cada bairro”, finaliza.

Por: Isabela Lopes- Jornal O Dia
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