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Mulheres com deficiência visual vão receber treinamento

O Projeto Mulheres de Visão foi lançado oficialmente ontem e promete mudar a vida das participantes.

06/08/2019 07:11

“Dizem que o impossível é questão de opinião e eu digo mais, é questão de opinião, conveniência e oportunidade. Temos aqui professoras, massoterapeutas, donas de casa e advogada, e todas nós estamos aqui porque tomamos a decisão de ser protagonista da nossa própria história”. Foi com esta declaração que Camila Morais, de 24 anos, advogada e deficiente visual, apresentou ontem (5) o Projeto Mulheres de Visão. 

A iniciativa, da Escola Comradio e do Instituto ILEVE em parceria com a Fundação Interamericana (IAF), vai selecionar 40 mulheres com deficiência visual para treinamentos que envolvem a criação de uma empresa própria, na área de acessibilidade, incentivando o empreendedorismo entre este público. 

“A primeira fase é a capacitação. Elas vão passar por autoconhecimento, coach, criatividade, planos de negócios, empreendedorismo, cooperativismo e comunicação durante um ano. Na segunda fase, vão ser acompanhadas por mentores especialistas que vão ajudá-las a conduzir negócios para a terceira fase, que é a implementação dos negócios e fazer com que elas possam desbravar o mercado”, explica o presidente da Comradio, Iraildo Mota. 


40 selecionadas serão orientadas sobre como abrir a própria empresa nos próximos meses - Foto: Elias Fontinele/O Dia

Maria da Conceição Sousa, de 33 anos, tem baixa visão e é acadêmica de Gestão Ambiental. Ela nunca trabalhou e acredita que o projeto vai mudar a sua vida. “Espero que seja bem gratificante para a gente, que possamos aproveitar e também passar para as pessoas a nossa realidade e nossos direitos. Pois, depois do curso, eu pretendo que as portas de empregos apareçam e que eu possa me profissionalizar cada vez mais”, pondera. 

De acordo com a governadora em exercício, Regina Sousa, se incluir na realidade de pessoas com deficiência é um dos pontos importantes para melhorar a acessibilidade. “O governo tem que ter políticas públicas voltadas para pessoas com deficiência. O Piauí foi o primeiro Estado a criar uma secretaria específica; é claro que falta muita coisa, mas algo já foi feito, e as pessoas deveriam tentar fazer as coisas com os olhos vendados para sentir um pouco a sensação”, indica.

Por: Sandy Swamy - Jornal O Dia
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