Cerca de 100 mulheres participam de um ato na Avenida Frei Serafim, na noite desta quarta-feira (08), para alertar a população teresinense sobre as diversas formas de opressão sofridas diariamente pelas mulheres piauienses. Estão participando da manifestação diversos coletivos como o Rua, Mulheres em luta e várias entidades representativas de categorias de trabalhadores.
Para a presidente do coletivo Mulheres na Rua, Luciane Santos, o momento é de mostrar que o 8 de Março, quando se comemora o Dia Internacional da Mulher, é uma data clássica de lutas que não pode passar em branco. Ela destaca que o objetivo da manifestação na Avenida Frei Serafim é expor os descontentamentos do público feminino com a ausência de políticas de combate à violência contra a mulher no Piauí.
"Aqui no Piauí é algo escandaloso. Não se investe em políticas públicas para combate à violência contra a mulher, tendo em vista que temos apenas uma casa abrigo que nem funciona a contento, temos poucas delegacias especializadas e quando essas mulheres procuram essas delegacias para fazer denúncias, elas sofrem outra violência institucional", afirmou Luciane Santos.
Outro ponto crucial na luta pelo igualdade de direitos entre homens e mulheres, conforme destaca Luciane, é o fim da opressão por parte das instituições públicas. Ela explica que o protesto deste 8 de março visa também mostrar para a sociedade que várias medidas tomadas pelo Governo podem ser consideradas ataques às mulheres. "Nós temos essa Reforma da Previdência, que vai igualar o tempo de contribuição de homens e mulheres e no fim significa a retirada do direito à aposentadoria, só para citar um exemplo. Sem contar as desigualdades salariais", destaca a presidente do coletivo Mulheres na Rua.
O machismo também é uma questão levantada pelas mulheres na data de hoje. A prática, segundo as manifestantes, permeia toda a sociedade e é preciso por um fim nisso, por meio das lutas pela igualdade de direitos. "Por que o machismo é tão reproduzido? Isso não natural e nem nunca será. Saiu recentemente uma pesquisa que afirmou que as mulheres recebem em média 34% menos que um homem para desempenhar a mesma função no trabalho. Isso não é normal e nós não podemos aceitar isso caladas", finaliza.
Edição: Maria Clara EstrêlaPor: Nathalia Amaral