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Novos poetas disseminam sensibilidade nas redes sociais

O piauiense Ítalo Lima, por exemplo, leva para seu perfil no Instagram leveza, objetividade e discussões atuais, traduzindo sentimentos em palavras.

18/10/2019 07:19

A poesia está em toda parte. É possível ver versos com reflexões sobre o mundo em livros, grafites, pichações, cordel, repentes e nas redes sociais. A pós-modernidade trouxe um novo olhar das rimas para os poetas que, no próximo dia 20, comemoram sua criatividade, imaginação e sensibilidade com as palavras. 

Segundo a professora de Literatura, Mônica Gentil, quando se fala em poesia, logo se associa a poiêsis, da época de Aristóteles, que nada mais é que o fazer literário, que não está ligado à rima ou estrofes.


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“Quando surgiram os textos de poesia como literário, se tinha a escrita poética, dramática, narrativa. Já os textos líricos eram em primeira pessoa, o eu lírico, e, por meio destes versos, ficou a ideia de poesia”, explica Mônica Gentil.

Todavia, com o tempo, a poesia tradicional, com quartetos, sextetos e versos alexandrinos, deram espaço a uma liberdade literária, que não segue com rigidez a questão da estrutura.

Ítalo Lima, por exemplo, é um poeta versátil. Ele diz que a poesia o encontrou precocemente, o acolheu desde os 14 anos. Mas que somente aos 18 anos, ele acreditou em seu talento e resolveu escrever para sobreviver em meio aos conflitos.


Foto: Reprodução/Instagram

“Pode soar esquisito, mas eu busco sempre minhas inspirações onde a dor faz morada. É no sorriso que você disfarça. Nos olhos aflitos que todo mundo esconde. Na solidão que a gente ameniza. No adeus dito em voz trêmula. Em toda dor que a gente esconde minha poesia quer fazer de abrigo. Minha matéria-prima é fazer da dor poemas em linhas tortas”, descreve Ítalo Lima. 

Os textos nas redes sociais pedem leveza, objetividade e discussões atuais. O poeta tem mais de 17 mil pessoas seguindo seu perfil no Instagram, onde busca diversificar os temas da sua poesia. Além disso, o teresinense escreve para uma revista local. São textos distintos, que trazem um pouco da alma do escritor. 

“Atualmente, eu escrevo na coluna da Revista Revestrés e é sempre com um texto inédito. Nesse espaço eu me cobro mais, tento sempre dar o máximo de mim. Não que nas minhas redes sociais eu seja mais relaxado, eu só busco ser mais abrangente e diversifico ao máximo o tipo de conteúdo. Nas minhas redes, eu posso assumir várias personas e, ainda sim, ser eu mesmo, que dorme e acorda aflito e que tem boleto pra pagar”, conta Ítalo Lima. 

Por: Sandy Swamy, do Jornal O Dia
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