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Greve geral: veja como foi dia de manifestações no Piauí

Servidores públicos federais, estaduais e do município aderiram a protesto em Teresina. Correios dizem que 97,17% do efetivo trabalhou.

14/06/2019 07:48

Na manhã desta sexta-feira (14) aconteceu a mobilização de diversas categorias em adesão à Greve Geral que paralisou transportes públicos e repartições em todo o país. Em Teresina, o movimento foi liderado por várias centrais sindicais, estudantes e trabalhadores. Categorias como os servidores federais, municipais e estaduais, da construção civil, flanelinhas, trabalhadores rurais, professores e servidores da UFPI, UESPI e IFPI também se fazem presentes no ato.

Centrais sindicais, estudantes e trabalhadores fazem ato em alusão a greve geral em Teresina. (Foto: Poliana Oliveira/ODIA)

Da concentração, em frente ao prédio do INSS na Praça da Bandeira, os trabalhadores seguiram em marcha até a Avenida Maranhão e de lá percorreram as ruas do Centro até chegarem à Frei Serafim. Entre as principais de reivindicação do movimento estão: a reforma da previdência, o corte de verbas na educação e o alto índice de desemprego no país.

Centrais sindicais, estudantes e trabalhadores fazem ato em alusão a greve geral em Teresina. (Foto: Poliana Oliveira/ODIA)

A greve geral em Teresina conta ainda com a participação dos funcionários dos Correios, que estão lutando contra a privatização da empresa. A proposta já está na pauta do governo federal e, segundo a categoria, vai precarizar os serviços prestados. A estimativa do sindicato é de que 70% dos profissionais dos Correios de Teresina tenham aderido ao movimento e paralisado suas atividades.

A empresa pública, porém, informou por meio de nota que esse percentual não é verdadeiro, e garante que 97,17% do efetivo  na capital piauiense permaneceu trabalhando. "Com relação ao movimento de paralisação geral que ocorre nesta sexta-feira (14), informamos que 96,98% dos empregados dos Correios em todo o país (103.540) estão trabalhando normalmente. Em Teresina – PI, 97,17% do efetivo prossegue trabalhando. As agências estão funcionando normalmente, bem como a entrega de cartas e encomendas", diz a nota encaminhada pela ECT.

Em conversa com o Portal O Dia, o presidente do sindicato dos trabalhadores dos Correios no Piauí, Edilson Rodrigues, explica que em cidades como Parnaíba, Picos e Floriano, a adesão foi quase total.

Centrais sindicais, estudantes e trabalhadores fazem ato em alusão a greve geral em Teresina. (Foto: Poliana Oliveira/ODIA)

“Retornaremos na segunda-feira, mas até lá estamos dialogando com a população e tentando trazer a sociedade para o nosso lado, porque os Correios é uma empresa estratégica que presta uma atividade social muito importante, como a entrega de livros didáticos, a entrega de mantimentos em casos de desastres. Temos também o banco postal, que presta serviços bancários em localidades do interior que não tem bancos e isso que o governo vem fazendo com a empresa é destruição”, argumenta Edilson.

Da concentração, em frente ao prédio do INSS na Praça da Bandeira, os trabalhadores seguirão em marcha até a Avenida Maranhão e de lá percorrem as ruas do Centro até chegarem à Frei Serafim. Categoria como os servidores da Justiça Federal do Piauí, da construção civil e profissionais do Ifpi também se fazem presentes no ato.

Durante o ato, os estabelecimentos comerciais localizados nas ruas do Centro de Teresina por onde passou a manifestação decidiram fechar as portas. Em alguns pontos, lojistas que se recusaram a fechar foram compelidos pelos manifestantes à aderir ao movimento.


Quem precisou se deslocar dentro de Teresina na manhã de hoje (14) encontrou dificuldades devido à paralisação dos motoristas de ônibus que aconteceu das 7h30 às 12h. “Estamos seguindo as orientações do comando geral da greve nacional e o acordado é que seja uma paralisação total, ou seja, nenhum ônibus deverá rodar durante parte da manhã”, explicou Carlos Sousa, membro da diretoria do Sintetro (Sindicato dos Trabalhadores das Empresas de Transporte Urbano de Teresina).

Foto: Jailson Soares/O Dia

Ele critica o texto que está sendo discutido da Reforma da Previdência e afirma que a proposta tornará ainda mais precária a situação do trabalhador brasileiro, colocando para ele todo peso de sustentar um sistema previdenciário brasileiro, enquanto as classes mais altas quase não serão afetadas.

Outro ponto que ele critica é a decisão do governo federal de cortar o incentivo financeiro à educação superior. “Qual o país que vai para frente sem educação e sem profissional qualificado? Esse governo tem uma visão completamente distorcida do que é desenvolvimento e nós não podemos permitir que isso continue assim”, finaliza Carlos Sousa.

Outras categorias

Além dos trabalhadores do transporte, outra categoria que também anunciou apoio à paralisação fora os professores da rede pública estadual de ensino. Os profissionais vão ás ruas contra os cortes na educação e pedindo melhores condições de trabalho e discutem também a deflagração de greve por tempo indeterminado em todo o Estado.

Os comerciários e os bancos da Capital ainda estão deliberando se vão apoiar o movimento e paralisar suas atividades também.

Por: Maria Clara Estrêla e Nathalia Amaral
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