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Atualizada às 10h57min
Os ônibus de Teresina já voltaram a circular normalmente após passarem pouco mais de duas horas parados no Centro durante a manifestação dos motoristas e cobradores. O Sintetro informou que vai fazer assembleias ao longo do dia para deliberar a respeito das chances de o movimento se repetir ainda hoje ou nos próximos dias, bem como decidir a respeito da possível deflagração de uma greve.
Iniciada às 07h47min
Os motoristas e cobradores do transporte coletivo de Teresina estão fazendo uma manifestação nesta manhã (08) por conta dos cortes nos salários e no repasse do tíquete alimentação. Por conta disso, os ônibus da capital piauiense deixarão de circular por pelo menos duas horas na manhã de hoje. Os coletivos que saem dos bairros estão se concentrado na Praça Saraiva e na Praça da Bandeira, no Centro, onde permanecem parados.
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De acordo com o Sintetro (Sindicato dos Trabalhadores do Transporte Coletivo de Teresina), uma das empresas que não aderiu à Medida Provisória do Governo Federal que trata da suspensão contratual durante a pandemia teria pago apenas oito dias de serviços aos trabalhadores, quando na verdade deveria que ter pago 19 dias de trabalho. O Sintetro também alega que as demais empresas do transporte coletivo não teriam repassado os 30% de compensação salarial como ficou determinado pela MP em caso de suspensão contratual.
Foto: O Dia
“Eles estão pagando por hora trabalhada e tem trabalhador que chega ao final do mês e recebe R$ 150,00, R$ 200,00. Não pagam tíquete nem plano de saúde e a tarifa aumentou para R$ 4,00, mas quando chega no fim do mês não querem pagar o trabalhador. Por isso paramos, uma manifestação”, explicou Esmerino da Costa, assessor jurídico do Sintetro.
O Sintetro informou que a manifestação de hoje não possui caráter grevista e que deve acontecer somente durante esta manhã. A previsão é de que até as 9 horas, os ônibus de Teresina voltem a circular normalmente, mas serão feitas assembleias durante o dia de hoje pelos motoristas e cobradores para deliberar sobre a possibilidade de repetição da manifestação de tarde e em outros dias, ou a possibilidade de deflagração de greve por tempo indeterminado.
Fotos: Isabela Lopes/O Dia
Na Praça da Bandeira, um dos principais corredores do transporte público, dezenas de ônibus se concentraram no local e fecham as vias, como a Rua Areolino de Abreu e Rui Barbosa. Os passageiros lotaram as paradas aguardando o retorno das atividades.
“Eu não estava sabendo que teria essa manifestação, senão teria me organizado para ir trabalhar de outra forma. Eu entro no trabalho às 8h e até agora estou aqui na parada de ônibus. É complicado para nós usuários, mas eu entendo a situação deles, de cobrarem seus direitos”, comentou a auxiliar administrativa Elisângela da Costa.
A doméstica Cleide Maria de Sousa também estava a caminho do trabalho quando os ônibus pararam de circular. Cleide destacou que a população deveria ser avisada com antecedência sobre a manifestação, mas acrescentou que a ação da categoria é válida. “Todo mundo precisa dos seus direitos e se não estão cumprindo, tem que cobrar mesmo. Inclusive a questão da lotação, porque tem muitos ônibus que estão cheios e não tem como fazer o distanciamento”, frisa.
O que diz o outro lado
O Setut (Sindicato das Empresas de Transporte Urbano de Teresina) afirmou que vem cumprindo com os pagamentos dos motoristas e cobradores conforme preveem os decretos federais editados durante a pandemia e a Medida Provisória 936. O Setut destacou que desde janeiro de 2020, as empresas estão desobrigadas a pagar o tíquete alimentação, porque o benefício não teria entrado na negociação coletiva para este ano.
Confira a nota abaixo:
O Sindicato das Empresas de Transporte Urbano de Passageiros de Teresina (SETUT) informa que as empresas vêm cumprido com os pagamentos da folha aos seus colaboradores (motoristas, cobradores e demais setores), conforme preconizam os ditames das MPs e Decretos Federais nos últimos quatro meses, para atender necessidades diante do cenário da pandemia Covid 19. Sobre o ticket alimentação, a entidade esclarece que desde de janeiro de 2020, as empresas estão desobrigadas a pagar, uma vez que este item não foi motivo de negociação coletiva para 2020. Portanto, não há obrigação legal.
Já a Strans (Superintendência de Transporte e Trânsito de Teresina) disse que está acompanhando as negociações entre Setut e Sintetro desde a paralisação ocorrida em junho deste ano.
Veja a nota abaixo:
Por: Maria Clara Estrêla e Isabela LopesA Strans vem acompanhando as negociações entre o Setut e o Sintetro desde a paralisação ocorrida entre junho e agosto deste ano, com duração de mais de 80 dias. A Superintendência reforça, ainda, que está aberta a mediar no que for necessário e torce para que patrões e empregados entrem em acordo com relação às questões reivindicadas como pagamentos, plano de saúde e ticket alimentação.