Uma espécie pouco estudada, mas que possui um imenso potencial para a prevenção de doenças crônicas não transmissíveis. Assim é o Anacardium nanum, popularmente conhecido como Cajuí, uma variação do tradicional Caju, encontrado, principalmente, no cerrado brasileiro. 

Assim como outras espécies vegetais encontradas na região do Cerrado, o Cajuí faz parte da dieta da população local, seja por meio do consumo in natura, ou processado na forma de sucos, licores, sorvetes, geleias, e doces. A cor vermelha, e o sabor ácido e suculento, escondem propriedades que podem auxiliar na prevenção de doenças como o câncer. 

Um estudo, desenvolvido pelo Programa de Pós Graduação em Alimentos, da Universidade Federal do Piauí (UFPI), concluiu que essa riqueza natural do cerrado apresenta um elevado teor de atividade antioxidante. A pesquisadora é a doutoranda do Programa, Rayssa Gabriela Lima, que, durante dois anos, estudou as propriedades benéficas do fruto, consumido diariamente por milhares de habitantes do cerrado. 

“A ideia de pesquisar as propriedades do Cajuí, surgiu com a necessidade de estudar frutos regionais, do cerrado brasileiro. Observamos que alguns estudos internacionais já estavam sendo publicados sobre esses frutos, e aqui no Piauí, nós ainda não trabalhá- vamos com isso”, explica a pesquisadora. 

Resultados 

Durante o período de pesquisa, Rayssa Gabriela, observou as propriedades antioxidantes em todas as fases de maturação do Cajuí. Os dados coletados foram armazenados em um banco de dados, e analisados posteriormente. Após a analise a pesquisadora identificou uma série de compostos, que podem ser utilizados na prevenção de doenças crônicas não transmissíveis, como câncer. 

“Os compostos antioxidantes são produzidos nos vegetais como uma defesa às agressões do meio, como altas temperaturas, insetos, e radiação solar. Nos seres humanos, esses compostos vão prevenir o stress oxidativo, que acontece quando os radicais livres estão em excesso no organismo, e é a causa de muitas doenças crônicas, como câncer, diabetes, hipertensão”, pontua.

Por: Natanael Souza - Jornal O DIA