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Permissionários temem perder ponto comercial na Rodoviária de Teresina

O que preocupa a categoria é o fato de que, com a PPP, não há obrigatoriedade da manutenção dos comerciantes que atuam no local.

19/09/2015 09:09

Os permissionários que atuam no Terminal Rodoviário Lucídio Portela, em Teresina, temem as consequências do novo modelo de gestão que vai ser aplicado no local, através de Parceria Público-Privada (PPP). O edital de licitação, lançado na última quarta-feira pelo Governo do Estado, prevê que as empresas vencedoras devem investir, de forma emergencial, mais de R$ 4 milhões em melhorias estruturais na rodoviária de Teresina. 
O que preocupa a categoria é o fato da não obrigatoriedade da manutenção dos permissionários que trabalham, atualmente, no local. Entre as regras da parceria, está a orientação para que a prioridade da utilização dos pontos comerciais ao longo do terminal seja para quem já atua no local, mas nada formalizado ou garantido. 

Foto: Assis Fernandes/O DIA

“Não há nenhum documento que garanta a nossa permanência depois que a rodoviária passar a ser administrada pela empresa vencedora dessa licitação. Só nos resta esperar, porque não tem mais jeito, o edital já foi aberto. A nossa esperança é continuar trabalhando aqui, mas, infelizmente, o futuro é incerto”, comenta o presidente da Associação dos Permissionários da Rodoviária, Orisvaldo Silva Lemos. 
O retorno financeiro para a empresa que vai realizar a exploração comercial do terminal rodoviário vai ocorrer através da possível cobrança de tarifa de embarque, guarda- volumes, aluguel de espaços, publicidade e estacionamento. Os permissionários, que trabalham atualmente no local, acreditam que o preço da tarifa de aluguel pode aumentar consideravelmente e ocasionar prejuízos. 
“Depois das melhorias que vão ser feitas, com certeza a empresa vai aumentar o valor do aluguel dos espaços. O que nós esperamos é que o preço seja dentro da realidade da rodoviária. Sabemos que eles vão ter despesas e vão precisar de receita para cobrir os custos, mas o preço tem que ser algo positivo para os dois lados”, avalia Orisvaldo. 
Uma das justificativas apresentadas pelo Governo do Estado para a utilização da PPP na administração dos terminais rodoviários é a maior facilidade de obtenção de recursos financeiros e maior celeridade das obras. Esse tipo de parceria é diferente da privatização, pois o bem continua sendo patrimônio do Estado, a empresa vencedora apenas administra. 
Para o presidente da Associação dos Permissionários do Terminal Rodoviário Lucídio Portela, Orisvaldo Silva Lemos, ainda é cedo para saber se as melhorias vão acontecer com o novo modelo de gestão. “Se dependesse de nós, isso não aconteceria. O governo não é dono da rodoviária, apenas administra, e mal. O Terminal Rodoviário é do povo, construído com dinheiro do povo”, pontua.
Por: Natanael Souza - Jornal O DIA
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