Os permissionários que
atuam no Terminal Rodoviário
Lucídio Portela, em
Teresina, temem as consequências
do novo modelo
de gestão que vai ser aplicado
no local, através de
Parceria Público-Privada
(PPP). O edital de licitação,
lançado na última
quarta-feira pelo Governo
do Estado, prevê que as
empresas vencedoras
devem investir, de forma
emergencial, mais de R$
4 milhões em melhorias
estruturais na rodoviária
de Teresina.
O que preocupa a categoria
é o fato da não
obrigatoriedade da manutenção
dos permissionários
que trabalham, atualmente,
no local. Entre as
regras da parceria, está a
orientação para que a prioridade
da utilização dos
pontos comerciais ao longo
do terminal seja para quem
já atua no local, mas nada
formalizado ou garantido.
Foto: Assis Fernandes/O DIA
“Não há nenhum documento
que garanta a
nossa permanência depois
que a rodoviária passar
a ser administrada pela
empresa vencedora dessa
licitação. Só nos resta
esperar, porque não tem
mais jeito, o edital já foi
aberto. A nossa esperança
é continuar trabalhando
aqui, mas, infelizmente, o
futuro é incerto”, comenta
o presidente da Associação
dos Permissionários da
Rodoviária, Orisvaldo Silva
Lemos.
O retorno financeiro
para a empresa que vai
realizar a exploração
comercial do terminal rodoviário
vai ocorrer através
da possível cobrança de
tarifa de embarque, guarda-
volumes, aluguel de
espaços, publicidade e estacionamento.
Os permissionários,
que trabalham
atualmente no local, acreditam
que o preço da tarifa
de aluguel pode aumentar
consideravelmente e ocasionar
prejuízos.
“Depois das melhorias
que vão ser feitas, com
certeza a empresa vai
aumentar o valor do aluguel
dos espaços. O que nós
esperamos é que o preço
seja dentro da realidade
da rodoviária. Sabemos
que eles vão ter despesas
e vão precisar de receita
para cobrir os custos, mas
o preço tem que ser algo
positivo para os dois lados”,
avalia Orisvaldo.
Uma das justificativas
apresentadas pelo Governo
do Estado para a utilização
da PPP na administração
dos terminais rodoviários
é a maior facilidade
de obtenção de recursos
financeiros e maior celeridade
das obras. Esse tipo
de parceria é diferente da
privatização, pois o bem
continua sendo patrimônio
do Estado, a empresa vencedora
apenas administra.
Para o presidente da
Associação dos Permissionários
do Terminal Rodoviário
Lucídio Portela,
Orisvaldo Silva Lemos,
ainda é cedo para saber
se as melhorias vão acontecer
com o novo modelo de
gestão. “Se dependesse de
nós, isso não aconteceria.
O governo não é dono da
rodoviária, apenas administra,
e mal. O Terminal
Rodoviário é do povo,
construído com dinheiro do
povo”, pontua.
Por: Natanael Souza - Jornal O DIA