Portal O Dia - Notícias do Piauí, Teresina, Brasil e mundo

WhatsApp Facebook Twitter Telegram Messenger LinkedIn E-mail Gmail

PM fará treinamento com policiais para registros de ocorrências criminais

Nesta terça-feira (13), o TJ validou a recomendação do Ministério Público que determina que a PM possa lavrar ocorrências de crimes de menor potencial ofensivo junto com a Polícia Civil.

13/11/2018 15:27

A Polícia Militar do Piauí afirma estar pronta para começar a registrar ocorrências de crimes de menor potencial ofensivo no Piauí. A declaração, dada pelo comandante-geral da corporação, coronel Lindomar Castilho, vem depois do Tribunal de Justiça do Estado validar a recomendação do Ministério Público para que os militares também possam registrar boletins de ocorrência. Esta era uma função, até então, restrita à Polícia Civil.

No entendimento do ente ministerial, o déficit de pessoal de estrutura física da Polícia Civil do Piauí justifica a necessidade de se ter militares realizando também o registro de boletins de ocorrências em casos menos graves. O assunto gerou impasses entre os vários setores que compõem a segurança pública, como o Sindicato dos Delegados de Polícia Civil e a própria Delegacia-Geral do Estado.

O Sindepol entrou com uma ação na Justiça pedindo a suspensão da recomendação do Ministério Público e alegando que seria o caso de se investir na estruturação da Polícia Civil e não de delegar uma função que é dela à Polícia Militar. O próprio delegado-geral, Riedel Batista, emitiu nota afirmando que a recomendação do MP se trataria de uma “usurpação de função”.


Delegado Geral Riedel Batista (Foto: Elias Fontinele/O Dia)

O Tribunal de Justiça, em uma decisão do desembargador Rodrigo Alagggio Ribeiro, chegou a suspender a recomendação no último dia 18 de outubro, atendendo à provocação feita pelo Sindepol. No entanto, nesta terça ((08) o desembargador Erivan Lopes, presidente do TJ, decidiu suspender a liminar e validou o ato do MPE. “Os motivos da recomendação se correlacionam com as frustrações da população piauiense diante da ineficiência e demora do estado em providenciar as medidas administrativas e processuais para cessar ou até mesmo inibir a autuação do infrator”, disse Erivan na decisão.


Desembargador Erivan Lopes (Foto: Divulgação/TJPI)

Em conversa com a reportagem de O Dia, o comandante-geral da PM, coronel Lindomar Castilho, disse que a corporação está pronta para começar a registrar termos circunstanciais de ocorrências dos crimes de menor potencial ofensivo e que fará um treinamento com os comandantes da companhias do interior de modo a capacitá-los para um melhor desempenho da nova função. A expectativa é que até o final deste ano, a PM já esteja regularmente lavrando os autos de infração, especialmente no interior do Piauí onde há até três cidades sendo atendidas por uma única delegacia regional de Polícia Civil.


Coronel Lindomar Castilho, comandante-geral da PM-PI (Foto: Assis Fernandes/O Dia)

O coronel rebateu ainda as declarações da Delegacia Geral de que a PM estaria usurpando uma função da Polícia Civil. “A categoria está no deu direito de reclamar, mas essa situação não foi iniciativa da PM. Nós estamos apenas atendendo a uma recomendação dada pelo Ministério Público e agora pelo Tribunal de Justiça. Não tem usurpação de função por parte de ninguém. Nosso objetivo agora é só seguir a lei e melhorar a vida de quem precisa de atendimento no interior e precisa se deslocar a delegacias de outras cidades para registrar uma simples ocorrência”, explica Castilho.

Dentre os crimes que poderão ser registrados pela PM a partir de agora estão os casos de perturbação do sossego e da ordem pública e ameaças, por exemplo, que possuem uma pena menor que dois anos para o infrator. 

Por: Maria Clara Estrêla
Mais sobre: