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Greve dos professores do estado pode prejudicar início das aulas

Categoria deflagrou o movimento contra o parcelamento do reajuste concedido pelo Governo.

15/02/2016 11:41

A aulas dos alunos da rede pública estadual poderão ser prejudicadas por conta da greve dos professores deflagrada nesta segunda-feira (25).  A categoria paralisa contra o pagamento parcelado do reajuste de 11,33% concedido pelo Governo ainda no ano passado. De acordo com Sindicato dos Trabalhadores do Estado (SINTE), o governo concedeu apenas 9% deste reajuste, e os 4% restante viriam parcelados em duas vezes em janeiro e fevereiro.

Os professores se reuniram na manhã de hoje (15) com o secretário de Administração, Franzé Siva, e o governo do Estado, para tentar resolver o impasse e evitar atraso no início das aulas. De acordo com o secretário, o Estado precisa ter cuidado para não ultrapassar o limite prudencial da Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF).

(Foto: Assis Fernandes/ O Dia)

A nova proposta do Governo é de pagar, em fevereiro, os 4,5% do retroativo referente a janeiro; pagar 2,5% em agosto e o restante em novembro. “Nós estamos adiantando tudo para tentar resolver essa situação. Estamos aumentando para 4,5% o reajuste de janeiro, que era de 2%, e ainda estamos adiantando o pagamento da última parcela de dezembro para novembro”, explica Franzé.

Os professores do Estado, a princípio, rejeitaram a nova proposta do Estado e marcaram para a próxima quarta-feira (17) uma assembleia onde vão discutir a nova proposta e apresentar os rumos do movimento. Até lá, nenhuma escola deve iniciar suas aulas do ano letivo de 2016.

Aumento em 2015

Professor Francisco das Chagas, o Chicão (Foto: Assis Fernandes/ O Dia)

O professor Chicão, vice-presidente do SINTE (Sindicato dos Trabalhadores em Educação Básica Pública do Piauí) disse que a categoria espera o aumento desde janeiro. "O ministro já divulgou o aumento em rede nacional, e até agora o governador não se posicionou favorável a essa lei. É um decreto lei, e ele fica colocando parcelamentos absurdos, que a categoria e o sindicato estão rejeitando".

Segundo o vice-presidente, são 16 mil professores efetivos do Estado, e mais 3 mil temporários.

Expedito Pacífico, da  secretaria de funcionários do Sinte, denuncia que a categoria ganha não só abaixo do piso nacional como também do salário mínimo. "O Governo coloca que o piso do professor do Piauí está acima do piso nacional. Só que nós temos as nossas gratificações integradas ao vencimento. Sendo assim, o salário é inferior, por que se forem desencorporadas as gratificações, o piso do professor no Piauí fica abaixo do salário mínimo."

"O piso do professor no Piauí fica abaixo do salário mínimo.", diz Expedito Pacífico (Foto: Assis Fernandes/ O Dia)

Manifestação

Os trabalhadores da educação se reuniram em frente ao Palácio do Karnak, protestando pelo pagamento do reajuste da categoria.

Do alto de um carro de som na rua lateral do Palácio do Karnak, o professor Ivan, do Colégio Fontes Ibiapina, gritava no microfone "Pessoal, eu sou um sofredor como todos vocês. Não existe professor, porteiro, nem agente administrativo: quem faz a educação são todos nós". 

A professora Léia de Almeida, diretora da Diretoria Regional de Floriano conta que a categoria aderiu em peso à manifestação. " todos são favoreaveis a que tenhamos esse movimento, para ver se sensibiliza o governo de que nos não ganham acima do piso nacional.", disse. Ela lembra também que os outros funcionários das escolas estão na manifestação, não apenas os professores. " É uma injustiça muito grande o Governo colocar uma proposta para o professor, esquecendo que o administrativo não recebeu reajuste no ano passado, apenas os operacionais Técnicos ficaram de fora", comenta a professora Léia.

Professores se reúnem na rua 7 de setembro mesmo com chuva (Foto: Assis Fernandes/ O Dia)


Por: Maria Clara Estrêla com informações de Andrê Gonçalves (estagiário)
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