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Promotora reforça alerta e importância de denunciar agressão doméstica

Após mais um caso de feminicídio, promotora do NUPEVID afirma que denunciar é melhor forma de salvar vidas.

01/10/2019 14:59

Após um fim de semana marcado pela comoção e revolta por conta de mais um feminicídio em Teresina, a promotora Amparo Paz, do Núcleo das Promotorias de Justiça de Defesa da Mulher Vítima de Violência Doméstica e Familiar (NUPEVID) falou sobre o caso da enfermeira Vanessa Carvalhomorta no último domingo (29)  após sair de um buffet na zona leste de Teresina.

A promotora alertou mais uma vez para que as mulheres fiquem atentas aos comportamentos abusivos de seus namorados ou companheiros e não deixar de denunciar as agressões, sejam elas físicas ou psicológicas. No caso ocorrido no último domingo, a promotora afirma que a namorada de Pablo Henrique Campos Santos ainda não tinha registrado nenhuma queixa sobre o comportamento do suspeito.


“A primeira violência tem que ser denunciada. Infelizmente este caso não tinha denúncia dela. Foi uma das primeiras coisas que olhei, ainda no domingo, se ela não era uma de nossas supostas vítimas da violência doméstica e ela não teria denunciado. Então é muito importante na primeira violência já fazer a denúncia”, explica a promotora.

A promotora reitera que a denúncia é fundamental para que os órgãos competentes possam tomar iniciativas, que resultam em vidas salvas. Segundo Amparo Paz, cerca de 10 mil denúncias de agressões já foram registradas no núcleo e no estado 100% dos casos de feminicídios foram solucionados. Além de aplicar a punição, a promotora reforça a importância da educação, e cita exemplos que já são aplicados no Piauí.

“A gente tem que trabalhar, principalmente hoje, com a educação. Não basta só a punição, nós temos que reeducar esses homens na igualdade e no respeito às mulheres desde criança”, destaca.

Um dos programas que já está em processo de expansão no estado é o reeducar, que trabalha com grupos reflexivos de homens que já se envolveram em casos de feminicídio ou agressão à mulher. Com uma reincidência de agressões que gira em torno de 60%, a promotora explica que dos homens que participaram do Reeducar, nenhum foi reincidente até o momento.

“A gente se propõe a mudar aquele comportamento machista que ele tem, quando eles entram com aquela mentalidade de que estavam certos, eles refletem e assumem sua autoresponsabilidade”, afirma a promotora Amparo Paz.

Por: Rodrigo Antunes
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