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Manifestantes dispersam e Terminal de Petróleo é liberado após 5 dias

Caminhoneiros já eram minoria entre manifestantes. Havia sindicalistas e até defensores da intervenção militar. Secretária tinha dado ultimato.

28/05/2018 14:44

Por: Cícero Portela (da redação) e Nathalia Amaral (do local)

Atualização às 21h45

O Terminal de Petróleo de Teresina teve sua entrada liberada pelos manifestantes por volta das 20h30 desta segunda-feira, cinco dias após o bloqueio ser feito pelos caminhoneiros que aderiram à greve nacional.

Neste último dia de manifestação, porém, havia bem menos caminhoneiros que no início. Outras categorias aderiram ao protesto, como a de motoristas de transporte de aplicativo privado.

"A gente chegou num consenso [pelo fim do bloqueio]. Como era um grupo muito pequeno, acabou se dispersando, porque não teria como a gente enfrentar a tropa de choque da Polícia Militar", afirmou um manifestante ao portal O DIA.

Pouco antes das 21 horas a Prefeitura de Teresina divulgou uma nota confirmando que caminhões já estavam entrando e saindo do terminal.

A PMT garantiu que parte da frota de ônibus vai circular nesta terça-feira, e também assegurou o funcionamento dos serviços públicos básicos.

Atualização às 19h30

A reportagem identificou cinco postos abertos na capital durante a tarde e noite desta segunda-feira. Um na Avenida Universitária, um na Avenida Presidente Kennedy, um no cruzamento da Avenida Barão de Gurgueia com a Avenida Valter Alencar, um na Avenida Centenário e um no cruzamento da Avenida Barão de Castelo Branco com a Avenida São Raimundo.

Em todos eles há filas quilométricas de carros e motos. Por esta razão, é recomendável que, se possível, os condutores de veículos evitem abastecer ainda nesta segunda-feira.

Na reunião com os representantes do movimento, o secretário de Segurança Pública teria dado o prazo até as 19h30 para que a entrada do Terminal de Petróleo fosse liberada. Até este horário, contudo, ainda havia manifestantes no local.

"A gente quis primeiro negociar. Mas chegamos à conclusão de que não tem como negociar com eles. Então, nós vamos começar a tomar as providências necessárias. Se vai ser hoje ou não, aí vai depender da situação", afirmou a coronel Júlia Beatriz, coordenadora de Gerenciamento de Crise e Direitos Humanos da PM-PI.

Atualização às 19h15 - Secretário dá ultimato para manifestantes deixarem Terminal de Petróleo

No início da noite desta segunda-feira, quinto dia de bloqueio do Terminal de Petróleo de Teresina, uma comissão de manifestantes reuniu-se com o secretário de Segurança Pública do estado, coronel Rubens Pereira, e com o delegado-geral da Polícia Civil, Riedel Batista.

Na reunião, o coronel deu um ultimato aos manifestantes, para que eles deixem o local ainda na noite desta segunda, caso contrário será necessária a intervenção do Exército.


O secretário de Segurança Pública, coronel Rubens Pereira, e o delegado-geral da Polícia Civil, Riedel Batista (Foto: Ascom SSP-PI)


Os integrantes da comissão comprometeram-se a retornar ao terminal e discutir o fim do protesto com os demais manifestantes.

Por meio de sua assessoria de imprensa, a SSP informou que a liberação do terminal será feita hoje impreterivelmente.

Na manhã desta segunda, o procurador da República Marco Túlio Caminha protocolou um pedido para que o Exército e a Polícia Rodoviária Federal interfiram no protesto.

Atualização às 18 horas - Coronel Júlia Beatriz diz que tendência é movimento dispersar

No final da tarde, a tenente-coronel Júlia Beatriz reafirmou que há vários manifestantes com demandas distintas. Ela acredita que talvez não seja necessário o uso da força para a desocupação do local, porque como há muita divergência entre os manifestantes a tendência é que o protesto enfraqueça e todos se dispersem nas próximas horas.

O secretário de Segurança Pública do estado, coronel Rubens Pereira, aceitou conversar com os manifestantes. Uma comissão está sendo organizada e vai ao encontro do gestor para apresentar as pautas que estão colocadas. Eles devem ser acompanhados por representantes da Ordem dos Advogados do Brasil Seccional Piauí (OAB-PI).

Atualização às 17h45 - Manifestantes divergem sobre intervenção militar

A reportagem do portal O DIA que a quantidade de caminhoneiros entre os manifestantes é mínima. Há pessoas ligadas a sindicatos, que pedem, por exemplo, a anulação da reforma trabalhista, e outras que decidiram aderir ao movimento dos caminhoneiros, mas com outras demandas, completamente distintas das que foram apresentadas pela categoria.

Por volta das 17h45 houve um bate-boca entre manifestantes, porque alguns pedem a intervenção militar no país, enquanto outros são contrários à medida extrema.

Atualização às 16h30 - Manifestantes barram combustível para ambulâncias de dois hospitais

Pouco depois das 16 horas, a Polícia Militar solicitou que os manifestantes liberassem a saída de um caminhão-tanque em caráter emergencial, pois as ambulâncias de dois hospitais estão sem combustíveis - um em Teresina e outro em Piripiri.

Alguns dos manifestantes concordaram em liberar a saída de um veículo, mas outros discordaram, alegando que "se um sair, todos vão sair". Depois de um bate-poca, os manifestantes decidiram não liberar a passagem do caminhão.

Os manifestantes receberam ofícios assinados pelas direções do hospital Unimed Teresina e do Hospital Regional Chagas Rodrigues, de Piripiri.

Atualização às 16h - "Desocupação ocorrerá de qualquer forma ainda nesta segunda", diz coronel

Por volta das 15h50, a tenente-coronel Júlia Beatriz informou que os manifestantes formaram uma comissão para dialogar com a Polícia Militar em busca de um acordo.

A oficial ressalta que a desocupação do local acontecerá de qualquer forma ainda nesta segunda-feira, mesmo que o grupo de manifestantes não chegue a um consenso com os policiais.


Policiais rodoviários federais, militares e até civis foram até o Terminal de Petróleo para garantir a ordem durante protesto. Alguns dos manifestantes pedem "intervenção militar já". Se eles não deixarem o local nas próximas horas, Forças Armadas vão intervir (Foto: Nathalia Amaral / O DIA)


"Eles montaram uma comissão e vieram nos procurar. Pediram que alguém pudesse ouvi-los. Então, o ponto positivo é que se abriu um canal de negociação que não existia, com essas pessoas que estão aqui hoje. Eles não apresentaram nenhuma reivindicação. Só pediram que alguém do governo pudesse ouvi-los. E eu espero que agora a gente possa ter uma solução pacífica, no sentido de dar a garantia de todos os direitos serem efetivados", afirmou.

Por volta das 16 horas, a coronel Júlia pediu novamente que os manifestantes se retirassem, mas o grupo se recusa a sair. Eles pedem que um dos secretários ou um representante do Governo vá até o terminal de petróleo para negociar com as pessoas que estão aqui

"A determinação é liberar. Essa não tem volta não retrocede. A forma como isso vai acontecer é que a gente está trabalhando", afirmou Júlia Beatriz.

Notícia original

Uma grande quantidade de policiais rodoviários federais, policiais civis e militares está no Terminal de Petróleo de Teresina tentando dispersar os manifestantes que aderiram à greve dos caminhoneiros. O bloqueio do local acontece desde a última quinta-feira (23), impedindo que caminhões-tanque retirem combustível do local para levar aos postos da cidade.


Manifestantes que pedem "intervenção militar já" devem ser dispersados por militares a qualquer momento (Foto: Nathalia Amaral / O DIA)


Por volta das 14h30, pelo menos cinco ônibus chegaram ao local. No entanto, a PRF não permitiu que os veículos parassem no terminal, e os motoristas foram orientados a deixar o local. Alguns dos veículos foram multados pelos policiais rodoviários.

A reportagem d'O DIA apurou que os ônibus foram levados ao local por manifestantes com o intuito de dificultar ainda mais a entrada e saída de caminhões-tanque do Terminal de Petróleo. Diferente do que foi informado inicialmente, os veículos não estavam com passageiros. Cerca de cem pessoas participam do protesto.

Quando os ônibus chegaram, houve um princípio de confusão entre policiais e manifestantes que já estavam no terminal (veja nos vídeos a seguir).



Protesto em frente ao Terminal de Petróleo deixou postos de Teresina sem combustível (Foto: Nathalia Amaral / O DIA)


A tenente-coronel Júlia Beatriz, coordenadora de Gerenciamento de Crises e Direitos Humanos da Polícia Militar, afirma que já negociou com os manifestantes que estavam no terminal pela manhã, e houve um consenso no sentido de encerrar o protesto no local. No entanto, à tarde novos manifestantes chegaram e mantiveram a barreira. 

"Essas pessoas [que chegaram agora] nunca tinham aparecido aqui. Fica difícil de trabalhar, porque a gente não sabe nem o que eles querem. Não tem uma pauta, não tem uma pessoa que venha conversar com a gente, não tem nada. Cada um fala por si. Eles se intitulam povo e a gente está aqui justamente por isso. Mas não há nenhum foco [entre os manifestantes]", afirma Júlia Beatriz.


A coronel acrescentou que a Polícia Militar está no local apenas para garantir a ordem, e que o trabalho de desocupação deve ser realizado pelas Forças Armadas, o que, segundo ela, pode acontecer a qualquer momento.

Alguns postos da cidade receberam caminhões com combustíveis nesta segunda-feira, e filas quilométricas de veículos se formaram.


Por: Cícero Portela e Nathalia Amaral
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