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Ruas contempladas pelo Orçamento Popular estariam sem calçamento

Além destas vias que teriam sido contempladas, há também outras ruas em estado crítico, que dificultam a vida dos moradores da região

18/08/2015 07:18

Os moradores da Vila Irmã Dulce denunciam que ruas que foram contempladas no Orçamento Popular de 2013, até hoje, não foram calçadas. Além destas que teriam sido contempladas, há também outras vias em estado crítico, que dificultam a vida dos moradores da região. 

Quem mais sofre com o problema de pavimentação são as pessoas com deficiência física. A dona de casa Maria Silva é mãe de Francisco Filho Alves, que, há dois anos, precisa do auxílio de cadeiras de rodas para se locomover. “São infinitas as dificuldades que passamos por aqui; se nós que podemos caminhar sofremos, imagine ele”, declara. 

Maria mora na Rua Império e a via está totalmente desnivelada, cheia de buracos, por onde descem o esgoto, além de mato nos arredores. “Há dois anos, um pessoal da Prefeitura veio até nossa rua, mas até agora nada foi feito. Enquanto isso, vivemos nessa rua abandonada e, por vezes, meu filho perde consultas e isso atrapalha o tratamento e a recuperação dele”, conta. 

Foto: Assis Fernandes/ ODIA

Os momentos de maior desespero são as madrugadas em que Francisco precisa de atendimento médico urgente e as ambulâncias não conseguem ter acesso até à casa de Maria. “A gente precisa de ajuda de outras pessoas para poder levá-lo”, conta a dona de casa. Em épocas de chuva, Francisco não pode sair de jeito nenhum, pois a rua fica totalmente enlameada. 

“Se a gente sair com ele com essa lama, a cadeira vai ficar atolada”, explica. De acordo com a moradora, a rua onde reside foi contemplada pelo Orçamento Popular da Prefeitura Municipal de Teresina, mas, até hoje, nada foi feito, apenas um trator fez uma raspagem há alguns anos. “Duas vezes por semana, preciso levar meu filho ao Centro Integrado de Reintegração e, toda vez, é uma dificuldade, porque nem sempre os taxistas conseguem entrar nessa rua. Por vezes, deixamos de levá-lo por isto”, desabafa Maria. 

 Pessoas com deficiência sofrem sem acessibilidade 

O aposentado Leonício Lima tem 63 anos e mora sozinho na mesma rua de dona Maria. Ele tem problemas nas articulações e, por isto, não consegue caminhar normalmente. “Eu só não ando de cadeira de rodas porque não tem ninguém para me empurrar; por isso, eu faço esse esforço para caminhar, mesmo que me apoiando nas coisas para me manter em pé”, descreve. 

Leonício já caiu incontáveis vezes tentando caminhar na rua onde mora. Ele conta com a ajuda de vizinhos para realizar tarefas do cotidiano, como levar o lixo para o local de coleta, fazer compras e pagar contas. “O carro de lixo não passa na nossa rua, só passa na avenida; por isso, meus vizinhos que me ajudam e levam meu lixo até lá”, menciona, acrescentando que “nossa rua era toda certinha, mas veio aquele trator para fazer um serviço aqui e depois ficou essa buraqueira”. 

A moradora Maria das Graças dos Santos é mãe de um adolescente de 14 anos, portador de microcefalia e, por conta disto, apresenta dificuldades motoras. Assim, todos os dias, ela precisa levá-lo, até a escola, o apoiando. Eles moram na Rua São Bartolomeu, antiga Rua Musical, que foi contemplada pelo Orçamento Popular em 2013. 

A rua, sem calçamento, é desnivelada e cheia de pedras, e existem diversos bloqueios como buracos e acúmulo de mato. “O acesso é muito ruim, principalmente no inverno. Quando chega essa época do ano, meu marido precisa levar nosso filho nos braços até a avenida, onde é asfaltada. E não é só minha família que está enfrentando essa barreira, temos muitos conhecidos aqui na Vila passando por situações parecidas ou até piores”, conta Maria das Graças. 

A moradora espera que este problema seja resolvido urgentemente. “Como eu tenho que levá-lo e trazê-lo do colégio o abraçando, porque essa rua tem muitos obstáculos e ele pode cair e se machucar, uma vez caímos nós dois porque eu tropecei e estava o segurando”, lembra Maria. Contraponto 

O superintendente executivo da Superintendência de Desenvolvimento Urbano da zona Sul (SDU/Sul), Paulo Roberto, declara que a Rua São Bartolomeu começará a ser calçada no próximo mês. “A empresa que fará o serviço já foi contratada e o serviço será iniciado no próximo mês”, afirma. Segundo Paulo Roberto, o objetivo da Prefeitura é calçar todas as ruas da Vila Irmã Dulce até o final deste ano. “Seis ruas já estão no Orçamento Popular e serão iniciadas este ano e mais seis estão no orçamento do ano que vem, ainda estão em processo de licitação”, declara. 

De acordo com o superintendente, a SDU/Sul está fazendo um levantamento de todas estas ruas e, ao finalizá-lo, levará até o prefeito para que o serviço seja autorizado. Este levantamento tem previsão de estar concluído até o próximo mês.

Por: Ana Paula Diniz- Jornal O Dia
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