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Superintendente do HU contesta ação e nega subutilização da unidade

MPF utilizou dados que comprovavam a situação de aproveitamento inferior ao esperado no HU.

11/12/2018 06:43

Em junho deste ano, o Ministério Público Federal (MPF) no Piauí apresentou denúncia acerca do Hospital Universitário (HU-UFPI), com base em dados do Denasus, que segundo o órgão comprovaram a situação de subaproveitamento do hospital. Na última quinta-feira (6), o MPF e a Defensoria Pública da União ajuizaram nova ação, cobrando melhorias no serviço de cirurgias cardíacas no Piauí. No Piauí, pelo Sistema Único de Saúde, apenas o HU faz cirurgias cardíacas, mas segundo o órgão “com baixa produtividade”. Durante evento realizado ontem (10) no HU, o superintendente José Miguel Luz Parente contestou essas informações e afirmou que o estabelecimento realiza esse procedimento acima da meta.

“Estamos superando a nossa meta em cirurgia cardíaca. O SUS tem uma universalidade no atendimento, então como a gente pode atender todo mundo? Colocamos uma ordem temporal, de quem entrou primeiro na fila, e de gravidade. Esses dois fatores são fundamentais para indicar [quando será realizada a cirurgia]”, pontua. Segundo Parente, “não há pacientes [com problemas cardíacos] simples dentro do hospital”.

Quanto à questão da produtividade, o superintendente diz que o HU vem apresentando aumento na quantidade de atendimentos ano após ano. “Isso não bate com os números que apresentei agora, do SIA e SIAH, que são de domínio público. (...) Não recebemos ainda a documentação do Ministério Público Federal nem da Justiça Federal, mas quando a gente receber, temos os números para apresentar”, rebateu o superintendente.


José Luz Parente disse que o hospital está acima da meta no que diz respeito à cirurgias cardíacas (Foto: Assis Fernandes/O Dia)

Segundo o professor Jonatas Melo, gerente de Atenção à Saúde do HU, o hospital não tem condições de atender toda a demanda do Estado, já que é o único que realiza a cirurgia cardíaca pelo SUS.

“A cirurgia cardíaca talvez seja a cirurgia mais complexa que a gente tenha, existem muitos setores [profissionais] envolvidos. O fato é: nós temos uma capacidade diária de operar. Nós temos uma limitação porque a demanda é maior do que a nossa oferta de cirurgias. Nós não conseguiremos, nesse momento, resolver toda a cirurgia cardíaca do Estado do Piauí. O Estado do Piauí operava 80, 90 [pessoas] por mês. A gente pretende dobrar talvez essa oferta. Estamos acima da nossa meta e fazemos de tudo para diminuir esse tempo [de espera]”, destaca.

A ação é de autoria do procurador Kelston Lages e do defensor público Edilberto Alves. Para ajuizar a causa, eles utilizaram como base um inquérito civil que tinha como objetivo apurar a precariedade no serviço de cardiologia no Piauí, que segundo informado pelo órgão apresenta carência assistencial no serviço. O Piauí antes contava com cinco hospitais onde o serviço era ofertado, mas três deles suspenderam a realização de cirurgias cardíacas para a rede pública de saúde. A partir disso, o MPF solicitou à Justiça Federal a implantação imediata de um Centro de Referência em Cirurgia Cardíaca no Hospital Getúlio Vargas, com o objetivo de atender tanto adultos como bebês nascidos com cardiopatias de média e alta complexidade.

Por: Ananda Oliveira - Jornal O Dia
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