Taxistas de Teresina reclamam da proibição de circular na faixa exclusiva da Avenida Frei Serafim, Centro da cidade. A faixa é destinada ao uso das linhas coletivas de ônibus e táxis, mas, de acordo com os taxistas, estes profissionais estão proibidos de utilizar a faixa, atrapalhando o trabalho destes profissionais que enfrentam engarrafamentos e estão impossibilitados de atender os passageiros do lado em que fica a faixa. 

Vários taxistas dão depoimentos revoltados sobre o assunto, declaram que poderão perder muitos passageiros, principalmente pelo fato de que do lado da faixa estão todos os pontos comerciais da avenida, onde ficam concentrados os clientes. “Não sei como vai ficar essa situação, porque vai atrapalhar nosso trabalho, já que, no momento que tem um passageiro do lado da direita, você não pode parar nem estacionar. Como vamos pegar os passageiros? Porque ele não vai querer atravessar a avenida e ir para o lado esquerdo pedir um táxi”, reclama João Lira Andrade, taxista há 15 anos.

Foto: Assis Fernandes/ ODIA

O profissional cobra uma solução por parte da Prefeitura. “Queremos saber do prefeito como é que ele vai resolver essa situação, porque nós pagamos imposto do mesmo jeito que as empresas de ônibus pagam. Por que estamos sendo perseguidos? No momento, estamos sendo vigiados, lá tem câmeras por todos os lados. Qual vai ser a solução para isso? Daqui um tempo vamos ter tanta multa que não vamos conseguir nem pagar”, questiona João Lira. 

Além da reclamação da impossibilidade de pegar passageiros do lado direito da avenida, a proibição de usar a faixa submete os taxistas a usarem a outra faixa onde ficam concentrados todos os veículos do fluxo de trânsito. “Isso vai prejudicar tanto nós taxistas quanto os passageiros. Até onde eu sabia, essa via havia sido feita para os ônibus e para os táxis. Agora, nessa nova gestão, estão dizendo que os táxis que usarem a faixa vão ser multados”, declara Benedito Francisco, taxista há 28 anos. 

A insatisfação sobre o assunto é geral entre a classe. José Borges é taxista em Teresina há 31 anos e está insatisfeito com a situação. “Já estive falando com um cidadão lá de Fortaleza, que me disse que lá é permitido taxistas usarem a faixa dos ônibus e aqui não. Então, nesse caso, a Strans não está trabalhando direito. E a Prefeitura deveria nos apoiar, porque somos cidadãos, profissionais e vivemos no dia a dia nesse serviço que é para benefício também da população em geral. Essa proibição nos prejudica porque agora vamos passar de vinte a trinta minutos na Rua Coelho de Rezende para poder sair na Avenida Frei Serafim, porque não podemos usar a faixa. Ela deveria ser para os ônibus e para os táxis, afinal, também carregamos passageiros e o passageiro é em primeiro lugar”, declara. 

Contraponto 

A Superintendência Municipal de Transportes e Trânsito (Strans) declara em que os taxistas podem circular na faixa desde que estejam com passageiros. Entretanto, de acordo com a sinalização R6C (proibido parar e estacionar) e R6A (proibido estacionar) não é permitido o embarque e desembarque de passageiros no local. Caso a sinalização seja desrespeitada, o condutor será passível de autuação. 

Quem descumprir a sinalização R6C (proibido parar e estacionar), que é uma infração grave, está sujeito à multa de R$ 127,69, além de perder 5 pontos na carteira. Já para a R6A (proibido estacionar), que corresponde à infração média, o valor da multa é de R$ 85,13, além de perder 4 pontos na carteira. Já quem transitar na faixa preferencial sem passageiro está sujeito à multa de R$ 85,13, além de 4 pontos na carteira.

Por: Ana Paula Diniz- Jornal O Dia