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UFPI desmente 'fake news' sobre tratamento alternativo contra câncer

Falsa notícia diz que instituição de ensino superior estaria oferecendo um tratamento contra a doença baseado no uso do extrato de aveloz.

03/08/2018 16:39

A Universidade Federal do Piauí (UFPI) divulgou em sua conta no Instagram um comunicado em que alerta que não mantém nenhuma fundação que produza o extrato de aveloz, que é utilizado por algumas pessoas como tratamento alternativo para o câncer. 

A instituição afirma também que não adota procedimentos relacionados ao uso medicinal do composto.

"Informa, ainda, que os projetos de pesquisa da instituição atendem às normativas do Comitê de Ética da UFPI, respeitando os princípios para fins de pesquisa animal e humana", conclui o comunicado, que foi divulgado para combater uma fake news que estaria sendo reproduzida por aplicativos de mensagens.

A falsa notícia diz que a UFPI estaria oferecendo um tratamento contra o câncer baseado no uso do extrato de aveloz. 

No comunicado, a instituição não afirma se o composto é eficaz ou não no tratamento da doença. Apenas alerta que a informação viralizada é inverídica.

Em entrevista ao portal O DIA, o médico André Luiz Sobral, diretor-técnico do Hospital Universitário da UFPI, reiterou que a instituição não realiza nenhum tipo de tratamento com o extrato de aveloz. Ele ressalta que a comunidade médica ainda não reconhece a eficácia dessa substância como recurso terapêutico contra o câncer.

"Ela não é aprovada pelas entidades médicas ou agências regulatórias para o uso no tratamento do câncer, porque não há estudo comprovativo nesse sentido. Há pessoas que usam, mas de forma totalmente empírica [...] Há estudos em andamento, no intuito de tentar comprovar algum tipo de benefício, mas até hoje não há nenhuma publicação ou oficialização indicando que esse extrato pode ser utilizado", afirma o médico.

O diretor do HU-UFPI adverte que os tratamentos dos pacientes oncológicos podem ser prejudicados pelo uso de substâncias alternativas que ainda não possuem eficácia, qualidade e segurança reconhecidas pelos órgãos de regulação e pela comunidade científica. 

"O tratamento contra o câncer, em geral, é um tratamento muito sério, que inclui medicações aprovadas e extensamente estudadas. Quando o médico prescreve uma medicação ele já conhece o mecanismo de ação, os efeitos colaterais possíveis, e sabe manejar esses efeitos. Já em relação às substâncias sem comprovação científica, a gente não sabe quais os efeitos colaterais possíveis, nem se terão efeitos benéficos ou até mesmo maléficos em relação ao tratamento, e também se pode ter interação com outros medicamentos. Muita gente diz que vai tomar por ser natural e achar que não vai fazer mal, mas nós não temos como ter certeza disso", explica o médico.

Por: Cícero Portela
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